A SOLUÇÃO CIENTÍFICA PARA
O PROBLEMA DO GOVERNO
por Aleister Crowley
TEOREMA.
A solução científica para o problema do governo é dada no AL (Liber Legis). Esta Lei substitui todas as teorias empíricas em vigor até agora.
CITAÇÃO.
CAPÍTULO I.
3. Todo homem e toda mulher é uma estrela.
10. Que os meus servidores sejam poucos e secretos: eles governarão os muitos e os conhecidos. 40. Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.
41. A palavra de Pecado é Restrição.
42. Tu não tens direito a não ser de fazer a tua vontade.
43. Faze isto, e nenhum outro dirá não.
44. Pois pura vontade, desaliviada de propósito, livre da ânsia de resultado, é todo caminho perfeito. 57. Amor é a lei, amor sob vontade.
CAPÍTULO II.
19. Deve um Deus viver em um cão? Não! porém os mais elevados são de nós. Eles regozijarão, os nossos escolhidos: quem se lamenta não é de nós.
20. Beleza e força, gargalhada vibrante e leveza deliciosa, força e fogo, são de nós.
58. Sim! não acrediteis em mudanças; vós sereis como sois e não outro. Portanto os reis da terra serão Reis para sempre: os escravos servirão.
CAPÍTULO III.
4. Escolhei vós uma ilha!
5. Fortificai-a!
6. Adubai-a ao redor com engenhos de guerra!
7. Eu vos darei uma máquina de guerra.
8. Com ela vós atingireis as pessoas; e ninguém permanecerá de pé perante vós. 58. Mas o forte e o orgulhoso, o real e o majestoso; vós sois irmãos!
59. Como irmãos lutai!
60. Não existe lei além de Faze o que tu queres.
DEMONSTRAÇÃO.
1. O eleitor mediano é um retardado. Ele acredita no que lê nos jornais, alimenta a sua imaginação e acalma as suas repressões no cinema e espera se livrar da sua escravidão através da loteria esportiva, competições de palavras cruzadas ou descobrindo o ganhador das 3:30.
Ele é tão ignorante como qualquer camponês analfabeto o é: ele não tem o poder do pensamento independente. Ele é a presa do pânico.
Mas ele tem o voto.
2. Os homens no poder só conseguem governar forçando-o a tomar parte em guerras, brincando com os seus medos e preconceitos até que ele concorde com a legislação repressora contra os seus interesses óbvios, brincando com a sua vaidade até que ele esteja totalmente cego para a sua própria miséria e servilismo.
O método alternativo é o da coerção aberta. Em resumo, nós governamos por meio de uma mistura de mentira e opressão.
3. Este recurso desesperado de armas arcaicas é a herança da hipocrisia. As teorias de Direito Divino, superioridade aristocrática, a ordem moral da Natureza, são todos blefes atualmente derrubados. Mesmo aqueles de nós que acreditam em sanções sobrenaturais para os nossos privilégios a fim de intimidar e roubar as pessoas não mais nos enganam com o pensamento de que as nossas vítimas compartilham das nossas superstições.
4. Mesmo os ditadores compreendem isso. Mussolini tentou induzir o fantasma da Roma Antiga a desfilar pomposamente pelo palco na imagem de Júlio César; Hitler inventou uma miscelânea de insensatez sobre os Nórdicos e os Arianos; ninguém pretende tampouco acreditar, exceto pelo “desejar crer”.
E a simulação está se quebrando visivelmente em toda parte. Elas não podem nem ao menos ser galvanizadas com espasmos de pseudo-atividade, como ainda ocorre ocasionalmente com os sapos mortos da superstição.
5. Só existe uma esperança para unir as pessoas sob uma liderança inteligente; porque só existe uma coisa na qual todos realmente acreditam. Isto é, acreditam de tal modo que ela baseia automaticamente todas as ações da sua vida diária sobre seus princípios.
(Isso é verdadeiro praticamente com relação a todos os homens, seja qual for a sua raça, casta ou credo). Esta base de conduta, universalmente aceita, é a Ciência.
6. A Ciência alcançou esta posição porque ela não faz nenhuma afirmação de que ela não está preparada para se revelar a todos os que a buscam. (Esta parte é muito bem compreendida, onde todos os "falsos profetas"—Espiritualismo, Ciência Cristã, excentricidades etnológicas, vendedores do enigma da Grande Pirâmide e o resto dos trapaceiros - todos fingem apelar para a evidência, não para a autoridade, como fizeram os Reis e as Igrejas).
O problema do governo é, portanto, descobrir uma fórmula científica com um envolvimento ético. Esta fórmula deve ser rigidamente aplicável da mesma forma a todos os homens sãos sem referência às qualidades individuais de qualquer um deles.
7. A fórmula é dada pela Lei de Thelema. “Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.”1.
Esse mandamento, dentro de um sentido infinitamente elástico, desde que não especifique qualquer objetivo de vontade particular como sendo desejável, é ainda assim infinitamente rígido, naquilo em que obriga todo homem a seguir exatamente o propósito para o qual é adequado por hereditariedade, meio ambiente, experiência e autodesenvolvimento.
Assim, a fórmula é também biologicamente infalível e eticamente adequada para todo indivíduo, tanto quanto politicamente para o Estado.
8. Que essa fórmula seja aceita por todo governo. Peritos serão imediatamente nomeados para trabalhar, quando surgir a necessidade, os detalhes da Verdadeira Vontade de todo indivíduo e mesmo aquela de toda corporação, quer seja de caráter social ou comercial, enquanto que surgirá um judiciário para determinar a igualdade no caso de reivindicações aparentemente conflitantes. (Tais casos se tornarão progressivamente mais raros assim que o ajuste seja alcançado) . Todos os apelos às autoridades precedentes, o peso morto da Árvore da Vida2, serão abolidos, e os padrões estritamente científicos serão a única medida pela qual o poder executivo governará o povo. A regra absoluta do estado será em função da liberdade absoluta de cada vontade individual.
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