Tuesday, November 26, 2024

PANTEÃO THELÊMICO

 

PANTEÃO THELÊMICO






A maioria das deidades thelêmicas é oriunda do Egito antigo. Apenas as duas principais são retiradas do Apocalipse de São João. Em thelema, são usadas com referência de conceitos e não adoração.

As divindades egípcias variam de significado e origem de acordo com a dinastia.

Aiwass - o "Ministro de Hoor - Paar - Kraat" , aquele que ditou o Livro da Lei a Aleister Crowley em 1904. Posteriormente Crowley o reconheceu com o seu S.A.G. Para uma melhor descrição ir para Liber al vel Legis. Aiwass não soletrou a Crowley o seu nome.

Em grego é Aiwass e na Cabala Grega o nome resulta 418, o número da Grande Obra. Em hebráico é Aiwaz, que resulta 93. Crowley usava as variações de acordo com o trabalho a ser realizado, se místico, Aiwaz, se de natureza mágica, Aiwass.

Ahathoor - a Vênus egípcia.

Ankh - f - n - Khonsu ou Ankhefenkons - sacerdote egípcio, tebano de Mentu da 25ª Dinastia ( cerca de 725 A.C. , Crowley achava que era 26ª mas recentes pesquisas provam 25ª). A Estela da Revelação seria uma tábua funerária deste sacerdote. Crowley afirmava que ele iniciara o Æon de Osíris e ao mesmo tempo, que fora uma de suas encarnações passadas.

Apophis - as forças da destruição e decadência.

Hadit - o segundo conceito. O ponto que define a circunferência, o movimento ou o Verbo gramático.

Harpócrates - forma grega de Hoor - Paar - Kraat, o deus - anão ou criança. Representado como uma criança fazendo sinal de silênci e a letra Aleph.

Crowley associava-o com o Sagrado Anjo Guardião,

Ver carta 20 do tarô.

Hoor - Paar - Kraat - o Senhor do Silêncio, uma forma de Hórus, gêmeo de Ra - Hoor - Khuit.

Hórus, Horo, Heru - a Criança Coroada e Conquistadora. Senhor do presente Æon, que iniciou em 1904 com o recebimento do Livro da Lei.

Hórus é a forma grega de Heru - Ra - Ha, o herói solar comum a vários mitos. A sua forma egípcia possui a cabeça de falcão. Em algumas lendas egípcias é irmão de Set em outras é seu sobrinho. Na última, matou-o por este ter assassinado seu pai, Osíris.

Desde então tornou-se rei do Egito e precursor dos faraós, que seriam sua encarnação na Terra.

Ísis - mãe de Hórus, senhora do Éon anterior ao de Osíris, onde o poder residia na mulher.

Kephra, ou Keph - Ra - o Deus do Sol da Meia - Noite, com cabeça de escaravelho. O escaravelho deposita seus ovos numa grande bola de estrume e o empurra pelo sol do deserto afim de choca-los, além disso, voa contra todas as leis da aerodinâmica. Tal força de vontade não ficou indiferente aos egípcios. O estrume representa o Deus Sol Ra, e como sai debaixo da terra, das regiões ocultas, ele é um símbolo de renascimento, o Sol interior.

Khabs - segundo Crowley: " 'estrela'ou 'luz íntima', é a essência original individual, eterna. o Khu é a vestimenta mágica que o Khabs tece paar si mesmo, uma 'forma' para seu Ente. Além - da - Forma, pelo uso da qual ele ganha experiência através de auto - consciência, como explicado na nota aos versos 2 e 3 . O Khu é o primeiro véu, muito mais sutil que mente e corpo, e mais verdadeiro; pois sua forma simbólica depende da natureza de sua Estrela."

Comentários de Al

Khonsu - deus da Lua.

Khu - ver Khabs.

Maat, Ma' at - deusa da Verdade e Justiça.

Representada por uma mulher com uma pluma na cabeça. Frater Achad, filho mágico de Crowley, anunciou o seu Æon em 1948, um ano após a morte de Crowley.

No ano de 1955, Kenneth Grant, na sua Loja Nova Ísis, obteve uma experiência de contato através de um local chamado Zona Mauva.

Em 1974, uma magista chamada Soror Nema, recebeu um livro chamado Liber Pennae Praenumbra. Seus conceitos batiam com os de Achad e os de Grant. O Æon de Maat, evoca uma característica muito ligada ao Æon de Horus, conceitos, divindades, rituais, etc.

Soror Nema disse que o de Maat está "grudado" no de Hórus, além de evocar um conceito caoticista, o de que todos os Éons acontecem simultaneamente, depende apenas do magista canalizar a energia desejada.

Mentu - deus da guerra egípcio, também associado com Ra-Hoor-Khuit .

Nuit - o Primeiro Conceito. A Grande Mãe e o grande Nada/Tudo. A matéria. A circunferência infinita e complemento de Hadit, o ponto. Pode ser representada pelo Espaço Infinito e na Cabala por Ain Soph.

Ver carta 17. e Liber 11.

Osíris - o deus morto e ressuscitado. Senhor do Æon passado, onde o poder masculino era o centro mágico ( phallus).

Segundo uma das principais lendas do egito, Osíris era casado com sua irmã Isis, e invejado por seu irmão Set. Durante um banquete, Set trancafiou-o em uma urna e jogou no Nilo indo até a Fenícia. Isis, em desespero, procura por seu marido e o encontra. Set novamente ataca e o esquarteja em 14 pedaços e os espalham por todo Egito. Com a ajuda do filho Hórus, da irmã Nephtys, do sobrinho Anubis e do deus Thoth, Isis recupera todas as partes do marido, menos uma: o pênis, que fora devorado por três peixes. Daí a sua associação como deus dos mortos.

Com a ajuda deles realizou o primeiro embalsamento e graças a Thoth, ele ressuscitou para a imortalidade (no reino dos mortos).

Possui forte relação com o Jesus Cristo.

Pan - inicialmente associado com o deus Baco e a carta 15. Está ligado ao poder criativo e, por gematria, ao número 61, Nuit/Nada. Em grego quer dizer Tudo. Daí a associação metafísica de Nada = Tudo, a fórmula da iniciação universal.

Ra - Hoor - Khuit - gêmeo de Hoor - Paar - Kraat, uma versão de Hórus. Também é conhecido como filho de Nuit e Hadit.

Ra, Amon - Ra - o Deus Sol egípcio, um dos principais do panteão. As vezes chamado Osiris, o deus que ressuscita toda manhã.

Set - aquele que assassinou Osíris. Posteriormente foi morto por Hórus, a Criança Vingadora. É a divindade mais antiga criada pelos egípcios, assumindo diversas conotações, de vilão a herói. A sua forma mais comum é um humano com cabeça de crocodilo. A simbologia do crocodilo é a de devorador ( de deuses).

Shaitan - forma de Set. Shaitan foi uma divindade adorada na Mesopotâmia, por um povo chamado Iezide ( ver Renascer da Magia ,de Kenneth Grant), e cujo culto Crowley diz ter ressuscitado. Também, demônio em árabe.

Teitan - forma caldéia de Shaitan.

Temu - o Criador, o primeiro deus a aparecer do caos ( Nuit). Ao se masturbar gerou dois filhos, Shu e sua irmã Tefnet. Estes criaram Geb ( o deus da Terra) e Nut ( a deusa do Céu) que por sua vez deram origem a Osíris, Isis, Set e Nephtys.

Therion - A Grande Besta do Apocalipse. Conceito assumido por Crowley na edificação do Novo Æon, aquele que iria acabar com o pensamento cristista associado ao Æon de Osíris.

O poder masculino, que conjugado com o seu igual feminino, Babalon, geram a força no Æon de Hórus.

Therion é Besta em grego, e durante a sua infância, no seio de uma família fundamentalista cristã, devido ao seu comportamento bagunceiro, foi apelidado de Besta do Apocalipse pela mãe.

No Cairo ao receber o Livro da Lei, sua então esposa Rose Kelly, identificou o mensageiro na Estela da Revelação, cujo número era 666. A sincronicidade espantou Crowley que, ao assumir o grau de Magus, adotou o motto TO MEGA THERION. Também representado por um Leão.

Thoth, Thahuti - deus da sabedoria e magia. Criou a escrita. Possuía cabeça de íbis. Associa-se com Mercúrio.

Tum - deus do oeste, o local do Sol, deus do Sol à noite.

Typhon, Tifão - inicialmente mãe de Set, deusa do caos e da noite. As vezes confundida com Set, o Destruidor.

Entidades do Plano Astral

Segundo, a classificação será feita do ponto de vista iniciático, em ordem
crescente de importância. Os iniciados definem a “importância” de uma forma de vida
em termos da capacidade que essa forma de vida tem de compreender e controlar o seu
meio-ambiente. Esta, aliás, é a definição de Darwin, que (na sua linha) foi um dos
maiores Adeptos de nossa raça.

 


1. Elementais artificiais. Este tipo de entidade não foi, que nós saibamos,
descrito anteriormente no Brasil. O elemental artificial é uma forma criada por um
magista no plano astral. É criada pela vontade e imaginação do magista, e insuflada com
uma parcela de energia vital de seu criador. Serve – dependendo da força, da intenção, e
do grau de evolução espiritual (isto é, da maturidade moral) do magista – como arma de
ataque, como espião, ou como vigilante ou protetor de alguma pessoa ou coisa em que o
magista está pessoalmente interessado.

A formação de tais criaturas é perigosa para o magista, pois se forem
absorvidas por outro magista, não só o criador perde energia como um laço mágico é
formado com ele, através do qual ele pode ser identificado, e até atacado. Apesar das
inconveniências do processo, muitos magistas criam tais formas no astral. O aspecto
desses falsos elementais pode variar muito, e não devemos nos deixar enganar pelas
aparências quando os encontramos. Freqüentemente uma forma criada com propósitos
hostis é moldada de acordo com os nosso preconceitos e parece “linda” ou “amigável”.
Também, freqüentemente uma forma tem um aspecto desagradável apenas para nos
assustar e nos conservar afastados, mas não é realmente hostil. É um espantalho.
Entidades formadas desta maneira não tem existência individual: elas são
parte do magista que as criou, da mesma forma como nossos olhos, braços, ou pernas,
são parte de nós. É justamente este laço mágico com seu criador que as torna pontos
vulneráveis na armadura deste; mas não há como negar que elas podem ser bastante
úteis. Suponhamos que um magista tenha executado uma operação mágica e queira
observar seus resultados, mas ao mesmo tempo tenha outros afazeres: ele cria um
elemental artificial e o deixa vigiando os resultados da operação, com ordem de chamar
a atenção do seu criador em caso de necessidade. Isto poupa muita energia que poderia,
de outra forma, ser desperdiçada se o magista mesmo fosse forçado a manter sua
atenção fixada em sua obra.

Uma sub-variante do elemental artificial é o egrégora. Este é um elemental
artificial que, projetado no astral, é adotado por outros magistas (ou outros seres
humanos em geral) como foco da imaginação e da vontade, e cresce em poder de
geração a geração. As imagens astrais dos “deuses” dos homens são sempre egrégoras.
São ao egrégoras que se manifestam naquela experiência mística que os hindus chamam
de Dhyana. Egrégoras estão sempre relacionados com a religião em que crescemos, ou
com a cultura por cujos valores fomos direcionados. Místicos que se deixam obcecar
por estas imagens passam a dinamiza-las com sua energia. Muitos egrégoras, atingindo
um certo nível de concentração de força, se tornam vampiros.

Tais casos devem ser cuidadosamente diferenciados do verdadeiro vampirismo: o egrégora não “tenciona” vampirizar, porque o egrégora não tem vontade própria. Quando somos vampirizados por um egrégora, tornamo-nos vítimas de nossa própria imaturidade psíquica, de nosso próprio desejo por um “porto seguro” para a nossa existência. O caso é semelhante àquele do gato da fábula, que lambia uma lima apenas pelo prazer de sentir o gosto do próprio sangue. Nenhum gato seria tão estúpido na vida real! Mas muitos seres humanos o são. A masturbação (tanto masculina quantofeminina) não é provocada por egrégoras, que se alimentam normalmente de nossaenergia devocional; mas se o ato masturbatório toma o egrégora como centro de concentração da mente, esta energia também pode ser absorvida pelo autômato, que assim expande sua existência em outros planos, e se torna ainda mais perigoso.
Sacrifícios rituais de animais ou seres humanos têm exatamente o mesmo efeito. Neste
senso, enfaticamente, todo ser humano tem a religião que merece, e seu “deus” é feito à
sua própria imagem. (6)

2. Cascões. Em via de regra, os cascões são restos em decomposição dos
corpos astrais de seres humanos desencarnados. Mas os cascões também podem ser
vestígios, no astral, de entidades de outras linhas de evolução que atingiram o mesmo
grau de coesão psíquica que o ser humano. A principal diferença entre um cascão e um
elemental artificial é que o cascão geralmente funciona em tantos planos quantos o ser
humano a que ele pertenceu conhecia enquanto vivo. Um cascão pode, portanto, existir
simultaneamente em diversos sub-planos do astral. O cascão é uma espécie de cadáver:
ele conserva a forma do seu ex ocupante durante tanto tempo quanto a energia que o
formou perdurar. Este espaço de tempo pode variar consideravelmente. Quanto mais
apegada aos planos grosseiros tiver sido uma alma humana, tanto mais tempo o seu
cascão persistirá em existência nos planos mais baixos após a morte. São os cascões que se manifestam em sessões espíritas como almas dos mortos. O cascão de uma pessoa de baixa moralidade é freqüentemente mais perigoso que qualquer demônio.
No caso de iniciados avançados, a força que vitalizava os veículos sutis é
quase imediatamente absorvida e transmutada nos planos mais altos (relacionados com
aquele sub-plano do Astral que os hindus chamam de Buddhi e os cabalistas hebreus
chamavam de Neschamah). O iniciado avançado, portanto, não deixa vestígios no
Astral inferior. As pessoas que alegam estarem em contato com as almas dos grandes
gênios responsáveis pelo progresso da humanidade estão enganadas ou enganando. NO
melhor dos casos (se enganadas!) estão em contato com algum elemental artificial
criado pelo Adepto, ou com algum egrégora criado por adoradores da imagem lendária
do Adepto. No pior dos casos, estão em contato com algum elemental brincalhão, que se
divertem à custa de credulidade e da preguiça moral do ser humano.

A única forma de obter contato legítimo com a essência espiritual dos grandes iniciados é através de Samadhi. O perigo que um cascão representa depende, geralmente, da importância que atribuímos ao cascão, e da nossa afinidade com o tipo de apetites que o cascão expressava enquanto seu possuidor estava vivo. Pessoas de mentalidade baixa e de apetites grosseiros se tornam focos de atração para cascões, e se laços de empatia se formarem, tais cascões se tornam aquilo que ocultistas chamam de “larvas”, isto é, vampiros alimentando-se da energia vital dos seres humanos que os acolhem em suas auras.

Não existem no Universo uma entidade estrânea à humanidade que esteja
dedicada especificamente ao progresso humano; mas a Hierarquia espiritual da nossa
espécie é formada por membros de nossa própria espécie que progrediram ao ponto de
perceberem que seu avanço individual posterior depende do avanço da espécie como um
todo. O propósito dos Mestres ao nos “auxiliarem” (e Eles efetivamente nos auxiliam!)
é puramente egoísta: eles querem aperfeiçoar sua percepção e sabem que dependem,
para esse fim, do aperfeiçoamento coletivo. Eles sabem que enquanto o ser humano
médio não evoluir acima de uma certa gama vibratória, eles, os Mestres, não poderão
passar ao Grau evolutivo seguinte. Em seu esforço por acelerar a evolução racial, eles
estão apenas procurando acelerar a sua própria evolução. Aliás, eles seriam mais
imbecis que um teólogo se tivesse qualquer outro motivo: por acaso é a espécie humana
mais importante para o Movimento Universal do que, por exemplo, as saúvas?
Quem quiser, pois, entrar em contato legítimo com os Mestres, deverá fazelo
naquelas mais elevadas esferas dos planos sutis, chamadas de Buddhi, Atmã e
Nirvana pelos hindus, e de Binah, Chokhmah e Kether pelos antigos cabalistas hebreus.
Qualquer coisa abaixo desse plano será fatalmente falsa e prejudicial a não ser que a
concepção que ela desperta na mente humana seja imediatamente cancelada pelo seu
oposto.

3. Elementais propriamente ditos. Estas entidades, que os “rosa-cruzes”
medievais descreveram sob o nome de Salamandras (Fogo), Ondinas (Água), Silfos
(Ar) e Gnomos (Terra), variam, como já dissemos, de aparência astral de país a país, e
de núcleo cultural a núcleo cultural da raça humana.

Torna-se aqui conveniente fazermos um parêntese para explicar, ou tentar
explicar, a concepção que os místicos medievais tinham dos Quatro Elementos. Eles
associavam certas formas de manifestação de substâncias materiais com certas gamas
vibratórias, ou sub-planos, do Astral. Por exemplo, um rio pertencia ao Elemento Água;
mas o mesmo ocorria com qualquer outra forma de líquido. Substâncias sólidas eram
associadas com o Elemento Terra; gases de qualquer tipo, inclusive vapor d’água e a
fumaça , com o Elemento Ar; e qualquer forma de combustão, inclusive explosões, era
atribuída ao Elemento Fogo.

Não havia nisto qualquer intuito de uma classificação científica dos elementos, no senso que a moderna química dá à palavra elemento: esses místicos estavam interessados na aparência material das coisas apenas como uma assinatura de certas forças sutis que eles percebiam em si mesmos e no seu meio-ambiente.

O paralelo entre os Quatro Elementos dos místicos medievais e os Tatwas
dos hindus é perfeito: Agni ou Tejas corresponde ao Fogo, Apas à Água, Vayu ao Ar, e
Prithvi à Terra. A classificação dos hindus, entretanto, ia mais longe, e eles admitiam
mais três elementos místicos, Akasha, Adhi e Anupadaka. Destes, os místicos medievais
revelaram apenas o Akasha, ao qual eles chamavam de Quintessência, ou Elemento do
Espírito.
Na realidade, o Akasha não é o Elemento do Espírito. Sua principal função é
servir de coordenador e (num certo senso) de fonte dos Quatro Elementos inferiores.
Sua principal qualidade consiste em harmonizar as quatro forças “cegas” (isto é,
puramente reflexas, ou automáticas) em uma rede energética. Nisto, sa propriedade é
muito semelhante à do elemento químico que reflete a ação do Akasha no plano físico, o
carbono.
Os verdadeiros elementos Espirituais são Adhi e Anupadaka. (7) Eles
correspondem aos “chakras” (ou plexos nervosos) Ajna e Sahashara, enquanto Akasha
corresponde a Visudhi, o plexo cervical.
Os elementais, existindo e movendo-se em gamas vibratórias específicas,
têm a capacidade de estimular o ser humano na direção em que eles vibram. Isto é
devido ao fato de que sua presença ou proximidade acelera a circulação das nossas
energias através dos plexos que lhes correspondem. (8) O contato com os elementais,
portanto, é fascinante: as salamandras estimulam nossa coragem e nossa sexualidade
positiva; as ondinas estimulam os nossos sentimentos e a nossa sexualidade negativa
(ou receptividade sensual); os silfos aguçam o nosso intelecto, e os gnomos
desenvolvem o nosso senso da proporção relativa das coisas.

Há perigo no contato com os elementais para seres humanos cuja Vontade
não está correspondente ao elemento do Espírito, ou Akasha: ela é a nossa capacidade
de reunir as Forças “cegas” do nosso meio-ambiente e organiza-las em formas que nos
sejam úteis como seres humanos.

Esse estímulo que o contato com os elementais provê é análogo ao estímulo
provido por drogas psicotrópicas. As pessoas que não têm suficiente equilíbrio anímico
para dominarem as reações puramente reflexas provocadas em seu sistema nervoso por
tais substâncias correm grande risco de se tornarem viciadas em seu uso. O mesmo
ocorre com o relacionamento com elementais. Como disse Elifas Levi, “o amor do
mago por tais entidades é insensato, e pode destruí-lo”. Magistas que estabelecem
“pactos” (isto é, formam laços magnéticos de natureza pessoa e íntima) com um
elemental, só tem duas alternativas a partir desse momento: ou assimilar o elemental à
sua estrutura anímica, ou perder a coesão das forças elementais em seu próprio ser,
sendo pouco a pouco absorvidos na tônica vibratória do intruso. Em tais casos o
elemental age de forma análoga à de um vampiro, mas não deve ser responsabilizado
pelo processo, que é puramente automático. O elemental pode não ter qualquer intenção
de destruir o ser humano, ao qual provavelmente até ama, na medida de sua capacidade
de experimentar tal emoção; mas, pela natureza mesma do seu ser, ele terá um efeito
desequilibrante sobre a constituição de um ser humano que a ele se abandone.

Existe uma enorme quantidade de elementais encarnados em forma humana;isto é devido ao fato de que raramente um casal mantém relações sexuais com o desejo
consciente de engendrar um ser humano. As uniões puramente sensuais freqüentemente
atraem apenas elementais à encarnação, pois seres humanos desenvolvidos necessitam
de certas gamas vibratórias de ordem mais elevada para adquirirem forma. (9)
Tais pseudo-humanos formam a legião dos “bípedes implumes” de
Diógenes. Não deve ser pensado que basta ter forma humana para sermos humanos. Os
iniciados definem como seres humanos apenas aquelas criaturas suficientemente
desenvolvidas para funcionarem como microcosmos, isto é, como estrelas (ou
Pentagramas) encarnadas. Nos termos desta definição, qualquer “ser humano” abaixo do
Grau de Adeptus Minor da A.’.A.’. (ou o seu equivalente em outro sistema) é humano,
quando muito, apenas em potencial.

A principal diferença entre um elemental e um humano de baixo grau evolutivo é apenas que o humano contém em si uma capacidade de funcionar em outras gamas vibratórias além daquele sub-plano do Astral de que o elemental deriva sua forma e sua substância.

Por mais controle que um ser humano possa adquirir de um determinado
elemento, qualquer elemental daquele elemento sempre terá mais capacidade para agir
naquele elemento, e mais conhecimento daquele elemento, do que o ser humano.
Poderíamos dizer, por analogia, que o ser humano está para o elemental assim como um
mergulhador profissional está para um peixe. Isto não obsta a que o mergulhador, em
que pese à sua incapacidade inerente de se mover no oceano como a mesma
comodidade que o peixe, seja uma forma viva superior ao peixe, de acordo com a
definição de Charles Darwin (e a nossa) da superioridade de uma forma viva sobre
outra.

Certos autores classificam os elementais como mais adiantados ou mais
atrasados na escala evolutiva em termos do elemento ao qual eles pertencem: dizem que os gnomos são os mais atrasados, porque pertencem ao Elemento Terra, que é tão
denso; e as salamandras são os mais adiantados, porque pertencem ao Elemento Fogo,
que é tão “sutil”. Isto é perfeita tolice: os elementais são mais ou menos adiantados em
si, da mesma forma que seres humanos. Há gnomos sovinas, grosseiros, brutais, que são atraídos à vizinhança de seres humanos que exibem os vícios correspondentes em sua própria aura.

Por outro lado, há gnomos pacientes, prudentes, profundos e sábios, que
gravitam para a vizinhança de geólogos , paleontólogos, pensadores e pessoas que
exibam as qualidades morais correspondentes às desses gnomos. Há salamandras
irrequietas, sequiosas por uma sucessão de emoções e paixões intensas e efêmeras, que
procuram afinidade com homens e mulheres superficiais, coléricos, impacientes,
agitados; e há salamandras que anseiam por sentimentos e volições refinados, as quais
naturalmente tendem a simpatizar com homens e mulheres de caráter nobre, sentimentos elevados, e aspirações puras.

Neste assunto, mais que em qualquer outro, dize-me com quem andas, e te
direi quem és. Os elementais sentem instintivamente que são criaturas incompletas; e
mesmo os mais grosseiros sempre aspiram a fazer parte de um microcosmo.

Para eles, é natural gravitar para a atmosfera energética de seres que tenham a capacidade de funcionar como microcosmos. As pessoas que irradiam energia nos planos sutis tenderão a atrair a atenção e a colaboração espontânea de elementais; e o tipo de
elementais que atrairão dependerá sempre do grau de desenvolvimento anímico da
pessoa, e não do elemento a que o elemental pertença. Quanto mais adiantado o ser
humano, maior será a delicadeza, a sensibilidade, a beleza plástica e anímica, e a
profundidade do desejo por harmonia e saber dos elementais que buscarão entrar em
contato com esse ser humano.

Seria errôneo da parte de Aspirantes, dar preferência sempre a elementais
mais adiantados sobre os mais atrasados, entre aqueles que se oferecem para servi-los:
para os trabalhos mais pesados, os elementais mais grosseiros estarão mais capacitados.
Você não pede a um pianista de concerto que trabalhe na enxada, nem coloca um
brutamontes pouco inteligente como embaixador. (10)

Existem certos rituais mágicos, chamados Rituais dos Elementos, que são
utilizados por ocultistas para estabelecer contato com as forças elementais. Estes Rituais
não são “melhores” ou “piores” que, por exemplo, os rituais do candomblé. O tipo de
entidade que atende ao chamado dependerá sempre do grau de evolução da pessoa que
está chamando. A vantagem de um ritual mágico sobre outros é que os Nomes e Sinais
usados selecionam automaticamente o grau de desenvolvimento das entidades
invocadas: elementais maliciosos ou perversos não ousarão se apresentar. Por outro
lado, gente pouco desenvolvida espiritualmente que utilizar esses rituais provavelmente
não obterá resultado algum, pois as forças invocadas, reconhecendo a aura de um
profano, desdenharão de se aproximar. Para nos impormos a seres desenvolvidos é
necessário provar que somos pelo menos tão desenvolvido quanto eles. Só os brutos se
deixam impressionar moralmente pela força bruta.

Certos autores fazem questão de desaconselhar um contato sexual íntimo
com elementais encarnados em forma humana: eles afirmam que o elemental é incapaz
de proceder com “moralidade”. Dizem que o elemental não tem “consciência”, é
incapaz de amor e dedicação, e exibe malícia à mínima oportunidade.

Tais afirmativas são muito relativas. O elemental é uma criatura altamente
ética, se definirmos ética como consistência entre nossas palavras, nossos pensamentos,
e nossos atos; mas a ética de um elemental não é a ética humana. Quando um elemental
se encarna em forma humana, ele precisa tentar controlar quatro formas de energia
simultaneamente. Ele fica na situação de um cavaleiro montado simultaneamente em
quatro cavalos, cada um dos quais tenta galopar uma direção diversa. O ser humano não
tem preferência por nenhuma das quatro, e portanto, instintivamente busca equilibra-las
em volta do Centro, (11) enquanto o elemental, devido à sua própria natureza, prefere
uma direção particular. Conseqüentemente, nunca conseguirá equilibrar seus quatro
cavalos em torno de um centro estável.

Não é justo, portanto, condenar um elemental encarnado por conduta
“indecorosa”, “inética”, ou “imoral”. Um elemental tentando funcionar em forma
humana está numa posição de tão grande desvantagem que merece nossa paciência, e
até nossa simpatia.

Suponhamos, por exemplo, um caso muito comum: o casamento de um ser
humano com um elemental encarnado em forma humana. Não é verdade dizer que o
elemental não nos amará; mas é inútil esperar que ele nos seja “fiel” no senso romanoalexandrino da falsa pudicícia. O elemental é naturalmente atraído por todas as
experiências intensas: a força mais importante para ele é sempre a que lhe está mais
próxima. Um marido elemental virá dos braços da amante para os da esposa, e
demonstrará tanto mais afeição por esta quanto mais tiver sido estimulado pelo seu
contrato com a amante. Ele ficará extremamente perplexo, se a esposa o acusar de
falsidade e desamor. Ele ama a esposa; a prova é que ele está com ela! Ele esteve com
outra? Mas o que importa é que ele está com a esposa agora. Cada momento foi feito
para ser vivido com toda a intensidade possível. A vida é tão curta!

Este ponto de vista é bastante semelhante ao de uma criança, e é assim que
devemos encarar o elemental encarnado: como uma criança. Aliás, não existe uma certa
poesia, uma certa beleza, e até mesmo uma lição de sabedoria, nesta atitude de agarrar a vida com mãos ambas enquanto ela dura? Seres humanos que assumem esta atitude têm a imensa vantagem sobre o elemental de poderem assumi-la nas quatro direções de
força, em vez de só em uma; e podem adquirir muita experiência, e absorver muita
vivência, no curto espaço de uma encarnação apenas.

4. Anjos e demônios. Pode parecer estranho aos profanos que classifiquemos juntos estes dois tipos de entidade; mas acontece que tanto anjos quanto demônios pertencem à mesma espécie astral, e as diferenças entre eles são ao mesmo tempo muito mais simples e complexas do que imagina a teologia cristã. É errôneo, e até perigoso, encarar os anjos automaticamente como “bons” e os demônios automaticamente como “maus”. A melhor descrição das características gerais de anjos e
demônios e das diferenças entre eles está num poema em prosa de um grande místico,
poeta e pintor inglês do Século XIX, William Blake, chamado “O Casamento do Céu e
o Inferno”.(12)

Em geral, pode-se dizer que os anjos são convencionais, formalistas. Para
um anjo, a letra da lei – qualquer que seja a lei – é sagrada. Já os demônios são
criativos, críticos e pragmáticos. Os demônios estão sempre dispostos a interpretar a lei
– qualquer que seja a lei – de acordo com a conveniência de cada particular ocasião.
Anjos não têm inteligência original: eles são dogmáticos, e escrupulosamente fiéis aos princípios adotados. Um anjo que aceitasse o dogma romano-alexandrino (por exemplo) levaria a sua aceitação até a última conseqüência: aprovaria a Inquisição Romana, e encararia a tortura e imolação de seres humanos em praça pública como um ato necessário para satisfazer o enunciado do dogma. Demônios são rebeldes e individualistas. Um demônio poderia aceitar a Inquisição Romana, e até colaborar com ela; mas faria isto apenas para se divertir.

Muitos dos demônios têm prazer em destruir a estrutura física da existência humana,
que eles consideram um distúrbio da ecologia terrestre; ou simplesmente gostam de ver
um ser humano sofrer. Os anjos não gostam de causar sofrimento; mas não se perturbam em causa-lo, se assim fazendo puderem comprovar seus dogmas e crenças.
À medida que tanto anjos quanto demônios se desenvolverem e sobem na
escala evolutiva, eles tendem (como qualquer entidade dotada da semente da
inteligência) a absorver os pontos de vista de outras entidades, e a compreende-los
melhor; eventualmente, até a harmoniza-los com os seus. Conseqüentemente, tanto os
anjos quanto os demônios mais evoluídos estão dedicados ao progresso espiritual da
espécie humana, e se formam em certas Falanges (ou “Bandas”, na nomenclatura do
candomblé) nos planos sutis a fim de cooperar com a Hierarquia humana na evolução de
todas as espécies do sistema solar em termos das necessidades de nossa galáxia, a Via
Láctea. Isto, é claro, sem detrimento das necessidades do Cosmos como um todo.

O Livro da Lei, Líber AL vel Legis, publicado em O Equinócio dos Deuses,
chamado pelos demônios de “a bíblia do Inferno” (porque é a primeira Lei humana que
os demônios consideram que podem aceitar juntamente com os anjos), é o primeiro
passo para uma formulação, no plano físico, das leis que regem o Sistema Solar dentro
do Cosmos. Nada do mesmo tipo foi anteriormente dado à humanidade: todas as leis
prévias foram apenas uma preparação para o Livro da Lei, o qual será, naturalmente,
seguido eventualmente por outras formulações ainda mais amplas e mais cogentes.
Num certo senso, e muito limitadamente (mas que talvez esclareça a alguns
leitores a diferença principal entre anjos e demônios no presente momento evolutivo),
os anjos podem ser relacionados com o processo anabólico de agregação de força, e os
demônios com o processo catabólico de dispersão de força. Mas devemos nos lembrar
de que tanto anabolismo quanto catabolismo são aspectos do metabolismo, e que todo
organismo sadio necessita manter um equilíbrio entre ambos para se conservar saudável.
À medida que eles aumentam em compreensão e perspectiva, tanto os anjos
quanto os demônios percebem a necessidade dos pares de opostos, e a essencial
harmonia atrás do Princípio de Polaridade.

 

Vamos detalhar, a seguir, as Hierarquias chamadas “angélicas” pela cabala
hebraica. Elas foram adotadas pelo cristianismo. Devemos lembrar aos leitores que, ao
contrário do que pensam os cristãos, estas hierarquias incluem tanto entidades dedicadas
à “construção” quanto à “destruição”; ou, na parlança vulgar dos teólogos, tanto “anjos”
quanto “demônios”, e que a atividade dessas criaturas não deve ser automaticamente
associada em nossas mentes quer ao conceito do “Bem”, quer ao conceito de “Mal”.

1. As Flamas. As Flamas, que correspondem à primeira esfera de consciência iniciática, ou Malkuth, são Elementais que atingiram suficiente percepção para compreenderem que sua aspiração a se tornarem Microcosmos pode ser melhor (isto é, mais facilmente) realizada através de uma aliança com a espécie humana. São chamados de Flamas porque freqüentemente assumem este aspecto na percepção de videntes. É a forma mais rarefeita de cada elemento. (13)

2. Anjos (propriamente ditos). Estas entidades correspondem à Esfera de
Jesod, ou o Fundamento. Em sua maioria, são estágios mais avançados de Elementais,
porque se uniram à estrutura anímica de algum Ser Espiritual do nível dos
Microcosmos; mas raramente se tornam microcosmos, eles mesmos, nesse estágio. A
aparência que assumem varia muito, dependendo dos preconceitos dos seres humanos
que entram em contato com eles. (14)

3. Arcanjos, que correspondem à Esfera de Hod. Mesmo os Arcanjos
raramente são Microcosmos em si mesmos; a maioria está aliada à estrutura anímica de
algum hierofante do passado. Aqueles entre os Arcanjos que conquistam autonomia
anímica freqüentemente têm um nome tradicional, e um conjunto de tradições e lendas,
relacionados com sua manifestação. Tal foi o caso do Gabriel que se manifestou a
Maomé, o que não deve ser confundido com o Gabriel que normalmente aparece
quando o magista realiza certos rituais. A diferença entre os dois, entretanto, só se torna
aparente a iniciados de um certo desenvolvimento. (15)
Na Qabalah hebraica os Arcanjos são chamados de Filhos de Deus (Beni
Elohim), ou “príncipes”. Isto porque Kether, a Coroa, é chamada de “Rei” e representa
“Deus” – e os Filhos do Rei, naturalmente, são os príncipes...

4. Os Elohim, ou Deuses. Estas entidades são chamadas de “Príncipes”
pelos teólogos cristãos (o que pode causar confusão com a classe anterior, que tem o
mesmo nome em hebraico); também são chamadas de “Principalidades” ou
“Princípios”. Estão relacionadas com a Esfera de Netzach. Mesmo os Elohim raramente
atingem a dignidade de Microcosmos, mas em sua esmagadora maioria são
absolutamente leias e serviçais à evolução da espécie humana.

5. Os Reis, ou “Melachim”, estão relacionados com a Esfera de Tiphereth.
São conhecidos na teologia cristã por dois nomes diversos: “Virtudes” e “Poderes”. As
“Virtudes” são de natureza “Angélica”, isto é, conservadoras; os “Poderes” são de
natureza “demoníaca”, isto é, criadores ou ativos. Em sua maioria os Melachins
atingiram a dignidade de microcosmos. Eles se manifestam, em via de regra,
diretamente na estrutura anímica das pessoas com quem entram em contato; e muito
raramente entram em contato com qualquer ser humano que não tenham atingido o grau
iniciático (ou plano de consciência) que em nomenclatura telêmica é chamado de
Adeptado. A palavra “rei”, usada no Livro da Lei, refere-se ao tipo de entidade que
atingiu o grau de evolução dessa Falange, e não aos ridículos “reis” criados por diversas
religiões (principalmente a cristã!) a fim de manterem, por aliança ao poder político e
econômico, controle sobre um determinado povo. (16)

6. A Falange relacionada com a Esfera de Geburah (que corresponde ao
Grau de Adepto Maior no sistema telêmico) são os Domínios, chamados na cabala
hebraica de Serpentes de Fogo. (A analogia com Kundalini não é coincidência). Estas
entidades também, em sua grande maioria, atingiram a dignidade de microcosmos, e são
de natureza “demoníaca”, isto é, ativa ou inovadora.

7. A Falange seguinte são os Tronos, que correspondem ao Grau de Adepto
Isento e à Esfera de Chesed, cujo símbolo é um rei sentado em seu trono. (17) Estas
entidades são de natureza “Angélica”, isto é, conservadoras e receptivas.

8. A classe seguinte de entidades é na cabala hebraica chamada de Esplendores, e atribuída a Binah; mas os Esplendores são entidades da mesma espécie que os Tronos, porém agindo de forma “demoníaca”, isto é, dinâmica; ou da mesma espécie que os Domínios, porém agindo de forma “Angélica”, isto é, conservadora, nessas Sephiroth respectivas. A confusão é, novamente, devida à pouca experiência prática da maioria, tanto de cabalistas, quanto de teólogos. É pura tolice atribuir “esplendores” a Binah, que sempre se manifesta sob a forma de Shivadarshana, isto é, Escuridão ou Aniquilação, e é sentida por místicos menos desenvolvidos como uma influência “opressora” e “maligna”.

9. Os Querubins, chamados de “Rodas Vivas” na cabala hebraica, (18) são a
verdadeira Falange de Binah. Eles são descritos como criaturas de quatro cabeças,
porque representam o equilíbrio completo no Akasha das Quatro Direções da Cruz; e
são chamados de Rodas porque o seu equilíbrio é dinâmico: eles exercem as Quatro
Forças em todas as direções. A tradição de que um Querubim guarda a entrada do
Paraíso refere-se a um segredo iniciático. Veja-se o Selo da Ordem de Télema, que é o
Selo da Besta 666.
As imagens hieráticas das divindades hindus e tibetanas têm freqüentemente
uma multiplicidade de braços como raios de uma roda, e quatro cabeças, uma em cada
direção do compasso. Novamente, não se trata de mera coincidência.
Os Querubins são normalmente atribuídos a Chokhmah, e não a Binah; mas
isto é confusão devida a que (naturalmente) a força deles emana daquela Sephirah.

10. Os Serafins, ou Santas Criaturas Vivas, normalmente atribuídos a Kether
na cabala hebraica, são na realidade a Falange de Chokhmah. Kether, indiferenciado,
além de todos os pares de opostos, não é ainda suficientemente conhecido pela espécie
humana para especularmos sobre a sua manifestação. A Entidade que lhe corresponde é
sempre o Senhor (ou Senhora) do Aeon, a Divindade que ocupa, por uma estação, ou
fase, do Movimento Universal, o “trono de Ra”. Neste Aeon, é Heru-ra-ha. Veja-se
Líber AL, Capítulo I, v. 49; Capítulo III, v. 61, em O EQUINÓCIO DOS DEUSES.
Quanto menos falarmos sobre Ele, melhor, pois assim diremos menos tolices! Um dos
muitos aspectos de Sua manifestação é abordado no Oitavo Poema de O
GUARDADOR DE REBANHOS, de Fernando Pessoa.

Antes de encerrarmos este capítulo, seria prudente fazer uma observação
sobre o conceito de Microcosmo. Dissemos que certas entidades inumanas atingiram o
mesmo grau de evolução da nossa espécie, e são microcosmos, da mesma forma que
nós; mas muitos anjos e demônios atingiram a estruturalização do Akasha sem que
possam ser considerados iguais dos seres humanos, pois (como já dissemos) a influência
do Akasha é automática: ele coordena os Quatro Elementos porque este é o seu poder.
Uma criatura dos mundos sutis pode, portanto, aparentar todos os sintomas de
individualidade sem ser um indivíduo, no senso em que um ser humano é um indivíduo.
Sem uma infusão dos dois elementos acima do Akasha, isto é, Adhi e Anupadaka,
nenhuma entidade pode ser considerada como do nível de um ser humano. A percepção
Ataque e Defesa Astral da genuína existência espiritual das entidades com as quais entramos em contato faz parte das ordálias iniciáticas.

Outra ressalva deve ser feita: a classificação que acabamos de fazer dessas
entidades “angélicas” e “demoníacas” se refere apenas ao mais baixo plano de
manifestação, chamado de Assiah pelos cabalistas hebraicos. À medida que ampliamos
a nossa percepção, compreendemos que certas entidades (que considerávamos
adiantadíssimas) estão num estágio rudimentar de desenvolvimento; enquanto outras
entidades (que considerávamos atrasadas) estavam expressando uma sabedoria e uma
elevação além da nossa capacidade de percepção na época em que entramos em contato
com elas pela primeira vez.

Assim, por exemplo, a tradição de que cada país da terra está sob a tutela de
um “Arcanjo” não deve ser interpretada literalmente. Os místicos cristãos, naturalmente
confusos por virtude da ineficiência do seu sistema de pesquisa, tendiam a chamar de
“arcanjos” quaisquer entidades que eles percebessem ter autoridade sobre “anjos”. No
caso do Brasil, Ishmael (‘ShMOAL em hebraico) tem a numeração 441, que soma 9, o
número de Jesod, o Fundamento; mas é evidente que uma Entidade capacitada para
representar espiritualmente as energias que criam e mantêm um país deverá estar num
plano de consciência bastante acima de um “anjo” normal. Pode ser que Ishmael seja
um Arcanjo; mas se assim for, não se trata de um arcanjo de Assiah, no senso em que o
Gabriel que se manifesta em certos rituais é um arcanjo.

Mas estas subdivisões e minúcias são de valor puramente relativo. Como já
dissemos, quanto mais adiantada é uma entidade – qualquer entidade – mais ela tende a
ver “Deus” (ou, se preferirdes, o Espírito) manifestando-se em todas as coisas e em
todos os seres. Faz parte do Juramento do Mestre do Templo interpretar todo fenômeno
como “um trato particular entre Deus e a sua alma”. Existe um velho ditado em inglês
que podemos traduzir por: “A beleza está no olho de quem a vê”. Por isto, tudo quanto
existe é santo e divino para os verdadeiros santos. (19)

 

Ataque e Defesa Astral
Marcelo Ramos Motta

 

(1) Talvez não: faz alguns anos, apareceu numa cidadezinha do norte um
homem anunciando que era Jesus Cristo, voltado à terra; quando a polícia interveio, a
população estava prestes a crucifica-lo pelos pecados do mundo, calorosamente
encorajada por ele. Escrevemos uma peça para televisão baseada neste caso autêntico,
a qual, é claro, não foi produzida até hoje!...

(2) Um hábito muito comum entre tribos que praticavam o sacrifício
humano. Veja-se Carta a um Maçom. Os tibetanos, embora não praticassem sacrifícios
humanos, também abandonavam os cadáveres aos processos ecológicos.

(3) Parece ironia, mas na realidade é um efeito de carma racial, que os
judeus tenham sofrido às mãos dos nazistas exatamente o mesmo tipo de infâmias que
impunham aos “gentios” na época em que estavam conquistando a Palestina a ferro e
fogo.

(4) Toda aspiração religiosa é inicialmente uma projeção das frustrações do
religionário numa forma em que seus desejos frustrados se realizam, ou em que uma
consoladora explicação de seus fracassos é provida.

(5) A palavra “demônio”, aliás, vem do grego daimonium, e significava
simplesmente aquilo que os cristãos mais tarde chamaram de Anjo da Guarda. Era uma
entidade que inspirava os seres humanos, e tanto podiam ser “boa” quanto “má”.

(6) Veja-se Carta a um Maçom, onde a origem e desenvolvimento do egrégora de “Jesus Cristo” é claramente traçada.

(7) Isto é, no nível atual de nosso conhecimento. É bem provável que haja gamas vibratórias ainda mais sutis e profundas.

(8) É impossível, entretanto, atribuir cada um dos cakkram a um Elemento
em particular com exclusividade, pois todos os Elementos estão presentes
simultaneamente nos cakkram físicos, associados e harmonizados (o grau de
harmonização depende do grua iniciático do ser humano individual) pela energia do
Akasha. De uma forma muito geral, entretanto, podemos atribuir Manipura (o Plexo
Solar) ao Fogo, Anahatta (o Plexo Cardíaco) ao Ar, Svadisthana (o Plano Umbilical) à
Água e Muladhara (o Plexo Sacro) à Terra. O processo iniciático estimula a
manifestação dos sub-elementos complementares em cada um desses vórtices de força:
a Serpente Kundalini é o símbolo desta transmutação e interação dos elementos. O
assunto foge aos limites deste tratado.

(9) isto absolutamente não quer dizer, como pretendem certos teólogos
imbecis, que o ato sexual só deva ser praticado para a procriação da espécie, como é o
caso entre os animais; a refinação do gozo físico só ocorre em sociedades onde o sexo
é considerado como um apetite sadio, e digno de ser praticado até como uma forma de
oração.

(10) Isto é, a não ser que você seja um marxista ou um “coronel” nordestino.

(11) Se as Quatro Forças “Cegas” se manifestam em igual intensidade e em
direções diametralmente opostas, o Centro está em “Queda Livre”. É o “olho do
ciclone”, ou a “voz do silêncio”.

(12) A ser publicado nesta série, com anotações de um Adepto. William Blake foi uma das encarnações de Aleister Crowley.

(13) Cada Elemento místico está subdividido em cinco sub-elementos. Por
exemplo, o Elemento Terra está subdividido em Terra de Terra, Ar de Terra, Água de
Terra, Fogo de Terra e Espírito de Terra. O Elemento do Espírito é “negro”, isto é,
absorve toda manifestação em si mesmo; a forma mais rarefeita em que a substância
elemental pode se manifestar é como uma Flama, a qual varia de cor de acordo com a
energia elemental básica. A confusão entre o Elemento Fogo e o Elemento Espírito
decorre disso, e a letra Shin, a tríplice língua de fogo, em hebraico, acumula as
correspondências mágicas de Fogo e Espírito. A fonte espiritual de todo elemento mais
baixo que o Akasha é de natureza akásica – e invisível. Veja-se AL i 60 e AL ii 49-51
em O EQUINÓCIO DOS DEUSES. A verdadeira Luz dos iniciados é a escuridão dos
profanos.

(14) O desejo de se comunicar pressupõe a adoção de um veículo, ou
símbolo inteligível, que facilite a comunicação. Um anjo, portanto, se manifestará como
uma criatura refulgente e de asas brancas, ou como uma criatura de asas de morcego,
chifres, e rabo de ponta, a uma pessoa que tenha os preconceitos próprios dos cristãos;
mas assumirá formas inteiramente diversas ao se comunicar com seres humanos de
outras religiões. Também, em certos casos eles se manifestam diretamente `´a
consciência da pessoa com quem entram em contato, sem assumir qualquer forma
(Rupa), porque essa pessoa não tem idéias preconcebidas quanto à forma em que eles
“devam” se manifestar.

(15) Quanto maior a nossa compreensão espiritual, mais profunda a nossa
percepção, e mais ampla a nossa perspectiva. As entidades mais evoluídas vêem
“Deus” em todas as coisas, mesmo as que são coisas “feias” ou “malignas”.

(16) Tiphereth, a Consciência Humana, é o Centro do Ruach, e as Entidades
Angélicas que correspondem a essa esfera de consciência são chamadas de Reis porque
Tiphereth recebe um raio direto da Coroa, Kether, através da influência chamada a
Grã-Sacerdotisa, a qual representa o Sagrado Anjo Guardião, ou Adonai (veja-se os
diagramas em O EQUINÓCIO DOS DEUSES). Mas do ponto de vista das Supernas,
estes “Reis” não deveriam ser chamados de reis e sim de príncipes, está claro; e assim
são denominados em certos sistemas de simbolismo. A confusão decorre de que poucos
seres humanos até agora atingiram suficiente adiantamento para lidarem com essas
entidades; mas a experiência prática evita enganos. O assunto, novamente, está além
dos limites deste tratado.

(17) Chesed é o “Deus-Pai” cristão: é a imagem simbólica desta Sephira
que os místicos cristãos obtinham em seus Dhyanas. Já Geburah representa em rei
combatendo: seu título em trechos do Velho Testamento é “Senhor dos Exércitos”. (Os
diversos “nomes” ou “títulos” de “Deus” utilizados no Velhos Testamento estão
sempre relacionados com as Esferas de Consciência da cabala hebraica). Chesed,
também chamado de Gedulah, é a “Misericórdia Divina”. Tradicionalmente, pedia-se
clemência ou favores a um rei quando este estava sentado na sala do trono, concedendo
audiências. Geburah é a “Severidade” ou “Cólera” de “Deus”; e não se considerava
prudente pedir favores ou clemência a um rei no fragor de uma batalha!... A Visão do
“Amen”, no Apocalipse, é uma tentativa de unir os dois Dhyanas, Geburah e Gedulah,
em um só símbolo.

(18) Veja-se Liber AL, o Livro da Lei, Capítulo III, verso 55, em O
EQUINÓCIO DOS DEUSES: “Que Maria inviolada seja despedaçada sobre rodas:
por causa dela que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre
vós”! “Maria inviolada” é uma egrégora criado pelo medo psíquico do Amor (o qual
significa entregar-se a uma influência externa, não-egóica). Longe de simbolizar, como
pretendem os cristãos, o “puro amor espiritual”), “Maria inviolada”simboliza ódio e
rejeição. A “castidade” cristã, tal como é interpretada por teólogos católicos romanos,
é uma trincheira contra o Universo: uma tentativa de manter o ego intacto,
“imaculado”, “intocado”. Esse egrégora tem que ser destruído, na mente do
verdadeiro místico, pela influência das Rodas, ou Querubins, antes que a verdadeira
Visão de Binah possa ser obtida. Esta visão une aqueles dois arquétipos aparentemente
“opostos” e “hostis”: a Virgem Imaculada e a Diana dos Efésios, a Grande Puta
Universal. Juntas elas se manifestam como a “Mulher vestida de Sol” do Apocalipse.
Este é um assunto de muito difícil compreensão, naturalmente, para místicos
treinados no catolicismo romano ou em certas seitas protestantes, budistas, hindus, e
até maometanas. O amor, no senso místico, mágico e espiritual da palavra, é uma
virtude positiva: consiste na união, e não em rejeição de união, como a consciência de
outros seres vivos. Para existirmos como Egos (coisa por enquanto absolutamente
necessária enquanto estamos encarnados) é necessário estarmos sempre cônscios de
nós mesmos como entidades separadas. Mas para ampliarmos os nossos Egos, isto é,
para evoluirmos, é necessário que incorporemos sempre novas experiências ao nosso
armazém psíquico; e isto só é possível através do Amor. A Grande Puta representa
aquela parte da alma iniciada que está aberta à influência de Todo; mas para que a
consciência individual possa ser mantida, o Ahamkhara tem que continuar ativo: isto é
a “Virgem”. Como em todo processo vivo, a Puta e a Virgem devem se alternar na
consciência humana comum, e devem ser unidas em um só símbolo na consciência
iniciada.
A Puta de Babilônia, embriagada com o sangue dos santos, cavalgando a
Besta 666 (seiscentos e sessenta e seis é o número cabalístico da Inteligência do Sol, ou
Ataque e Defesa Astral Binah de Tiphereth), é a mesma Virgem Inviolada: é a Diana dos Efésios e a Ártemis que se entregou apenas a Pã, isto é, ao Todo, e por isto continuou virgem; a Taça que ela leva nas mãos é o Santo Graal.

(19) Sem confundirmos os planos, claro. O valor espiritual da dor de dentes
ou a santidade intrínseca do arsênico não significa que não devamos consultar um
dentista no caso de uma, ou evitar uma ingestão altamente concentrada no caso do
outro!...

 

No comments:

Post a Comment

ALEISTER CROWLEY - SOBRE A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS

SOBRE A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS  por Aleister Crowley  I  Cada criança deve desenvolver a sua própria Individualidade e Vontade, desconsideran...