PANTEÃO THELÊMICO
A maioria das deidades thelêmicas
é oriunda do Egito antigo. Apenas as duas principais são retiradas do
Apocalipse de São João. Em thelema, são usadas com referência de conceitos e
não adoração.
As divindades egípcias variam de
significado e origem de acordo com a dinastia.
Aiwass - o "Ministro de Hoor - Paar -
Kraat" , aquele que ditou o Livro da
Lei a Aleister Crowley em 1904. Posteriormente Crowley o reconheceu com o
seu S.A.G. Para uma melhor descrição ir para Liber al vel
Legis. Aiwass não soletrou a Crowley o seu nome.
Em grego é Aiwass e na Cabala
Grega o nome resulta 418, o número da Grande Obra.
Em hebráico é Aiwaz, que resulta 93. Crowley usava as variações de
acordo com o trabalho a ser realizado, se místico, Aiwaz, se de natureza
mágica, Aiwass.
Ahathoor - a Vênus egípcia.
Ankh - f - n - Khonsu ou
Ankhefenkons - sacerdote
egípcio, tebano de Mentu da 25ª Dinastia ( cerca de 725 A.C. , Crowley achava
que era 26ª mas recentes pesquisas provam 25ª). A Estela da Revelação seria uma
tábua funerária deste sacerdote. Crowley afirmava que ele iniciara o Æon de
Osíris e ao mesmo tempo, que fora uma de suas encarnações passadas.
Apophis - as forças da destruição e decadência.
Hadit - o segundo conceito. O ponto que define a
circunferência, o movimento ou o Verbo gramático.
Harpócrates - forma grega de Hoor - Paar - Kraat, o
deus - anão ou criança. Representado como uma criança fazendo sinal de silênci
e a letra Aleph.
Crowley associava-o com o Sagrado Anjo
Guardião,
Ver carta 20 do
tarô.
Hoor - Paar - Kraat - o Senhor do Silêncio, uma forma de
Hórus, gêmeo de Ra - Hoor - Khuit.
Hórus, Horo, Heru - a Criança Coroada e Conquistadora.
Senhor do presente Æon, que iniciou em 1904 com o recebimento do Livro da Lei.
Hórus é a forma grega de Heru -
Ra - Ha, o herói solar comum a vários mitos. A sua forma egípcia possui a
cabeça de falcão. Em algumas lendas egípcias é irmão de Set em outras é seu
sobrinho. Na última, matou-o por este ter assassinado seu pai, Osíris.
Desde então tornou-se rei do
Egito e precursor dos faraós, que seriam sua encarnação na Terra.
Ísis - mãe de Hórus, senhora do Éon anterior ao de
Osíris, onde o poder residia na mulher.
Kephra, ou Keph - Ra - o Deus do Sol da Meia - Noite, com cabeça
de escaravelho. O escaravelho deposita seus ovos numa grande bola de estrume e
o empurra pelo sol do deserto afim de choca-los, além disso, voa contra todas
as leis da aerodinâmica. Tal força de vontade não ficou indiferente aos
egípcios. O estrume representa o Deus Sol Ra, e como sai debaixo da terra, das
regiões ocultas, ele é um símbolo de renascimento, o Sol interior.
Khabs - segundo Crowley: " 'estrela'ou 'luz
íntima', é a essência original individual, eterna. o Khu é a vestimenta mágica
que o Khabs tece paar si mesmo, uma 'forma' para seu Ente. Além - da - Forma,
pelo uso da qual ele ganha experiência através de auto - consciência, como
explicado na nota aos versos 2 e 3 . O Khu é o primeiro véu, muito mais sutil
que mente e corpo, e mais verdadeiro; pois sua forma simbólica depende da
natureza de sua Estrela."
Comentários de Al
Khonsu - deus da Lua.
Khu - ver Khabs.
Maat, Ma' at - deusa da Verdade e Justiça.
Representada por uma mulher com
uma pluma na cabeça. Frater Achad, filho mágico de Crowley, anunciou o seu Æon
em 1948, um ano após a morte de Crowley.
No ano de 1955, Kenneth Grant, na
sua Loja Nova Ísis, obteve uma experiência de contato através de um local
chamado Zona Mauva.
Em 1974, uma magista chamada
Soror Nema, recebeu um livro chamado Liber Pennae Praenumbra. Seus conceitos
batiam com os de Achad e os de Grant. O Æon de Maat, evoca uma característica
muito ligada ao Æon de Horus, conceitos, divindades, rituais, etc.
Soror Nema disse que o de Maat
está "grudado" no de Hórus, além de evocar um conceito caoticista, o
de que todos os Éons acontecem simultaneamente, depende apenas do magista
canalizar a energia desejada.
Mentu - deus da guerra egípcio, também associado
com Ra-Hoor-Khuit .
Nuit - o Primeiro Conceito. A Grande Mãe e o grande Nada/Tudo.
A matéria. A circunferência infinita e complemento de Hadit, o ponto. Pode ser
representada pelo Espaço Infinito e na Cabala por Ain Soph.
Ver carta 17. e Liber 11.
Osíris - o deus morto e ressuscitado. Senhor do
Æon passado, onde o poder masculino era o centro mágico ( phallus).
Segundo uma das principais lendas
do egito, Osíris era casado com sua irmã Isis, e invejado por seu irmão Set.
Durante um banquete, Set trancafiou-o em uma urna e jogou no Nilo indo até a
Fenícia. Isis, em desespero, procura por seu marido e o encontra. Set novamente
ataca e o esquarteja em 14 pedaços e os espalham por todo Egito. Com a ajuda do
filho Hórus, da irmã Nephtys, do sobrinho Anubis e do deus Thoth, Isis recupera
todas as partes do marido, menos uma: o pênis, que fora devorado por três
peixes. Daí a sua associação como deus dos mortos.
Com a ajuda deles realizou o
primeiro embalsamento e graças a Thoth, ele ressuscitou para a imortalidade (no
reino dos mortos).
Possui forte relação com o Jesus
Cristo.
Pan - inicialmente associado com o deus Baco e a carta
15. Está ligado ao poder criativo e, por gematria, ao número 61, Nuit/Nada. Em
grego quer dizer Tudo. Daí a associação metafísica de Nada = Tudo, a fórmula da
iniciação universal.
Ra - Hoor - Khuit - gêmeo de Hoor - Paar - Kraat, uma versão
de Hórus. Também é conhecido como filho de Nuit e Hadit.
Ra, Amon - Ra - o Deus Sol egípcio, um dos principais do
panteão. As vezes chamado Osiris, o deus que ressuscita toda manhã.
Set - aquele que assassinou Osíris. Posteriormente foi
morto por Hórus, a Criança Vingadora. É a divindade mais antiga criada pelos
egípcios, assumindo diversas conotações, de vilão a herói. A sua forma mais
comum é um humano com cabeça de crocodilo. A simbologia do crocodilo é a de
devorador ( de deuses).
Shaitan - forma de Set. Shaitan foi uma divindade
adorada na Mesopotâmia, por um povo chamado Iezide ( ver Renascer da Magia ,de
Kenneth Grant), e cujo culto Crowley diz ter ressuscitado. Também, demônio em
árabe.
Teitan - forma caldéia de Shaitan.
Temu - o Criador, o primeiro deus a aparecer do caos (
Nuit). Ao se masturbar gerou dois filhos, Shu e sua irmã Tefnet. Estes criaram
Geb ( o deus da Terra) e Nut ( a deusa do Céu) que por sua vez deram origem a
Osíris, Isis, Set e Nephtys.
Therion - A Grande Besta do Apocalipse. Conceito
assumido por Crowley na edificação do Novo Æon, aquele que iria acabar com o
pensamento cristista associado ao Æon de Osíris.
O poder masculino, que conjugado
com o seu igual feminino, Babalon, geram a força no Æon de Hórus.
Therion é Besta em grego, e
durante a sua infância, no seio de uma família fundamentalista cristã, devido
ao seu comportamento bagunceiro, foi apelidado de Besta do Apocalipse pela mãe.
No Cairo ao receber o Livro da
Lei, sua então esposa Rose Kelly, identificou o mensageiro na Estela da
Revelação, cujo número era 666. A sincronicidade espantou Crowley que, ao
assumir o grau de Magus, adotou o motto TO MEGA THERION. Também representado
por um Leão.
Thoth, Thahuti - deus da sabedoria e magia. Criou a
escrita. Possuía cabeça de íbis. Associa-se com Mercúrio.
Tum - deus do oeste, o local do Sol, deus do Sol à
noite.
Typhon, Tifão - inicialmente mãe de Set, deusa do caos e
da noite. As vezes confundida com Set, o Destruidor.
Entidades do Plano Astral
Segundo, a classificação será
feita do ponto de vista iniciático, em ordem
crescente de importância. Os iniciados definem a “importância” de uma forma de
vida
em termos da capacidade que essa forma de vida tem de compreender e controlar o
seu
meio-ambiente. Esta, aliás, é a definição de Darwin, que (na sua linha) foi um
dos
maiores Adeptos de nossa raça.
1. Elementais artificiais. Este tipo de entidade não foi, que nós
saibamos,
descrito anteriormente no Brasil. O elemental artificial é uma forma criada por
um
magista no plano astral. É criada pela vontade e imaginação do magista, e
insuflada com
uma parcela de energia vital de seu criador. Serve – dependendo da força, da
intenção, e
do grau de evolução espiritual (isto é, da maturidade moral) do magista – como
arma de
ataque, como espião, ou como vigilante ou protetor de alguma pessoa ou coisa em
que o
magista está pessoalmente interessado.
A formação de tais criaturas é
perigosa para o magista, pois se forem
absorvidas por outro magista, não só o criador perde energia como um laço
mágico é
formado com ele, através do qual ele pode ser identificado, e até atacado.
Apesar das
inconveniências do processo, muitos magistas criam tais formas no astral. O
aspecto
desses falsos elementais pode variar muito, e não devemos nos deixar enganar
pelas
aparências quando os encontramos. Freqüentemente uma forma criada com
propósitos
hostis é moldada de acordo com os nosso preconceitos e parece “linda” ou
“amigável”.
Também, freqüentemente uma forma tem um aspecto desagradável apenas para nos
assustar e nos conservar afastados, mas não é realmente hostil. É um
espantalho.
Entidades formadas desta maneira não tem existência individual: elas são
parte do magista que as criou, da mesma forma como nossos olhos, braços, ou
pernas,
são parte de nós. É justamente este laço mágico com seu criador que as torna
pontos
vulneráveis na armadura deste; mas não há como negar que elas podem ser
bastante
úteis. Suponhamos que um magista tenha executado uma operação mágica e queira
observar seus resultados, mas ao mesmo tempo tenha outros afazeres: ele cria um
elemental artificial e o deixa vigiando os resultados da operação, com ordem de
chamar
a atenção do seu criador em caso de necessidade. Isto poupa muita energia que
poderia,
de outra forma, ser desperdiçada se o magista mesmo fosse forçado a manter sua
atenção fixada em sua obra.
Uma sub-variante do elemental
artificial é o egrégora. Este é um elemental
artificial que, projetado no astral, é adotado por outros magistas (ou outros
seres
humanos em geral) como foco da imaginação e da vontade, e cresce em poder de
geração a geração. As imagens astrais dos “deuses” dos homens são sempre
egrégoras.
São ao egrégoras que se manifestam naquela experiência mística que os hindus
chamam
de Dhyana. Egrégoras estão sempre relacionados com a religião em que crescemos,
ou
com a cultura por cujos valores fomos direcionados. Místicos que se deixam
obcecar
por estas imagens passam a dinamiza-las com sua energia. Muitos egrégoras,
atingindo
um certo nível de concentração de força, se tornam vampiros.
Tais casos devem ser
cuidadosamente diferenciados do verdadeiro vampirismo: o egrégora não
“tenciona” vampirizar, porque o egrégora não tem vontade própria. Quando somos
vampirizados por um egrégora, tornamo-nos vítimas de nossa própria imaturidade
psíquica, de nosso próprio desejo por um “porto seguro” para a nossa
existência. O caso é semelhante àquele do gato da fábula, que lambia uma lima apenas
pelo prazer de sentir o gosto do próprio sangue. Nenhum gato seria tão estúpido
na vida real! Mas muitos seres humanos o são. A masturbação (tanto masculina
quantofeminina) não é provocada por egrégoras, que se alimentam normalmente de
nossaenergia devocional; mas se o ato masturbatório toma o egrégora como centro
de concentração da mente, esta energia também pode ser absorvida pelo autômato,
que assim expande sua existência em outros planos, e se torna ainda mais
perigoso.
Sacrifícios rituais de animais ou seres humanos têm exatamente o mesmo efeito.
Neste
senso, enfaticamente, todo ser humano tem a religião que merece, e seu “deus” é
feito à
sua própria imagem. (6)
2. Cascões. Em via de regra, os cascões são restos
em decomposição dos
corpos astrais de seres humanos desencarnados. Mas os cascões também podem ser
vestígios, no astral, de entidades de outras linhas de evolução que atingiram o
mesmo
grau de coesão psíquica que o ser humano. A principal diferença entre um cascão
e um
elemental artificial é que o cascão geralmente funciona em tantos planos
quantos o ser
humano a que ele pertenceu conhecia enquanto vivo. Um cascão pode, portanto,
existir
simultaneamente em diversos sub-planos do astral. O cascão é uma espécie de
cadáver:
ele conserva a forma do seu ex ocupante durante tanto tempo quanto a energia
que o
formou perdurar. Este espaço de tempo pode variar consideravelmente. Quanto
mais
apegada aos planos grosseiros tiver sido uma alma humana, tanto mais tempo o
seu
cascão persistirá em existência nos planos mais baixos após a morte. São os
cascões que se manifestam em sessões espíritas como almas dos mortos. O cascão
de uma pessoa de baixa moralidade é freqüentemente mais perigoso que qualquer
demônio.
No caso de iniciados avançados, a força que vitalizava os veículos sutis é
quase imediatamente absorvida e transmutada nos planos mais altos (relacionados
com
aquele sub-plano do Astral que os hindus chamam de Buddhi e os cabalistas
hebreus
chamavam de Neschamah). O iniciado avançado, portanto, não deixa vestígios no
Astral inferior. As pessoas que alegam estarem em contato com as almas dos
grandes
gênios responsáveis pelo progresso da humanidade estão enganadas ou enganando.
NO
melhor dos casos (se enganadas!) estão em contato com algum elemental artificial
criado pelo Adepto, ou com algum egrégora criado por adoradores da imagem
lendária
do Adepto. No pior dos casos, estão em contato com algum elemental brincalhão,
que se
divertem à custa de credulidade e da preguiça moral do ser humano.
A única forma de obter contato
legítimo com a essência espiritual dos grandes iniciados é através de Samadhi.
O perigo que um cascão representa depende, geralmente, da importância que
atribuímos ao cascão, e da nossa afinidade com o tipo de apetites que o cascão
expressava enquanto seu possuidor estava vivo. Pessoas de mentalidade baixa e
de apetites grosseiros se tornam focos de atração para cascões, e se laços de
empatia se formarem, tais cascões se tornam aquilo que ocultistas chamam de
“larvas”, isto é, vampiros alimentando-se da energia vital dos seres humanos
que os acolhem em suas auras.
Não existem no Universo uma
entidade estrânea à humanidade que esteja
dedicada especificamente ao progresso humano; mas a Hierarquia espiritual da
nossa
espécie é formada por membros de nossa própria espécie que progrediram ao ponto
de
perceberem que seu avanço individual posterior depende do avanço da espécie
como um
todo. O propósito dos Mestres ao nos “auxiliarem” (e Eles efetivamente nos
auxiliam!)
é puramente egoísta: eles querem aperfeiçoar sua percepção e sabem que
dependem,
para esse fim, do aperfeiçoamento coletivo. Eles sabem que enquanto o ser
humano
médio não evoluir acima de uma certa gama vibratória, eles, os Mestres, não
poderão
passar ao Grau evolutivo seguinte. Em seu esforço por acelerar a evolução
racial, eles
estão apenas procurando acelerar a sua própria evolução. Aliás, eles seriam
mais
imbecis que um teólogo se tivesse qualquer outro motivo: por acaso é a espécie
humana
mais importante para o Movimento Universal do que, por exemplo, as saúvas?
Quem quiser, pois, entrar em contato legítimo com os Mestres, deverá fazelo
naquelas mais elevadas esferas dos planos sutis, chamadas de Buddhi, Atmã e
Nirvana pelos hindus, e de Binah, Chokhmah e Kether pelos antigos cabalistas
hebreus.
Qualquer coisa abaixo desse plano será fatalmente falsa e prejudicial a não ser
que a
concepção que ela desperta na mente humana seja imediatamente cancelada pelo
seu
oposto.
3. Elementais propriamente
ditos. Estas entidades,
que os “rosa-cruzes”
medievais descreveram sob o nome de Salamandras (Fogo), Ondinas (Água), Silfos
(Ar) e Gnomos (Terra), variam, como já dissemos, de aparência astral de país a
país, e
de núcleo cultural a núcleo cultural da raça humana.
Torna-se aqui conveniente fazermos
um parêntese para explicar, ou tentar
explicar, a concepção que os místicos medievais tinham dos Quatro Elementos.
Eles
associavam certas formas de manifestação de substâncias materiais com certas
gamas
vibratórias, ou sub-planos, do Astral. Por exemplo, um rio pertencia ao
Elemento Água;
mas o mesmo ocorria com qualquer outra forma de líquido. Substâncias sólidas
eram
associadas com o Elemento Terra; gases de qualquer tipo, inclusive vapor d’água
e a
fumaça , com o Elemento Ar; e qualquer forma de combustão, inclusive explosões,
era
atribuída ao Elemento Fogo.
Não havia nisto qualquer intuito
de uma classificação científica dos elementos, no senso que a moderna química
dá à palavra elemento: esses místicos estavam interessados na aparência
material das coisas apenas como uma assinatura de certas forças sutis que eles
percebiam em si mesmos e no seu meio-ambiente.
O paralelo entre os Quatro
Elementos dos místicos medievais e os Tatwas
dos hindus é perfeito: Agni ou Tejas corresponde ao Fogo, Apas à Água, Vayu ao
Ar, e
Prithvi à Terra. A classificação dos hindus, entretanto, ia mais longe, e eles
admitiam
mais três elementos místicos, Akasha, Adhi e Anupadaka. Destes, os místicos
medievais
revelaram apenas o Akasha, ao qual eles chamavam de Quintessência, ou Elemento
do
Espírito.
Na realidade, o Akasha não é o Elemento do Espírito. Sua principal função é
servir de coordenador e (num certo senso) de fonte dos Quatro Elementos
inferiores.
Sua principal qualidade consiste em harmonizar as quatro forças “cegas” (isto
é,
puramente reflexas, ou automáticas) em uma rede energética. Nisto, sa
propriedade é
muito semelhante à do elemento químico que reflete a ação do Akasha no plano
físico, o
carbono.
Os verdadeiros elementos Espirituais são Adhi e Anupadaka. (7) Eles
correspondem aos “chakras” (ou plexos nervosos) Ajna e Sahashara, enquanto
Akasha
corresponde a Visudhi, o plexo cervical.
Os elementais, existindo e movendo-se em gamas vibratórias específicas,
têm a capacidade de estimular o ser humano na direção em que eles vibram. Isto
é
devido ao fato de que sua presença ou proximidade acelera a circulação das
nossas
energias através dos plexos que lhes correspondem. (8) O contato com os
elementais,
portanto, é fascinante: as salamandras estimulam nossa coragem e nossa
sexualidade
positiva; as ondinas estimulam os nossos sentimentos e a nossa sexualidade
negativa
(ou receptividade sensual); os silfos aguçam o nosso intelecto, e os gnomos
desenvolvem o nosso senso da proporção relativa das coisas.
Há perigo no contato com os
elementais para seres humanos cuja Vontade
não está correspondente ao elemento do Espírito, ou Akasha: ela é a nossa
capacidade
de reunir as Forças “cegas” do nosso meio-ambiente e organiza-las em formas que
nos
sejam úteis como seres humanos.
Esse estímulo que o contato com
os elementais provê é análogo ao estímulo
provido por drogas psicotrópicas. As pessoas que não têm suficiente equilíbrio
anímico
para dominarem as reações puramente reflexas provocadas em seu sistema nervoso
por
tais substâncias correm grande risco de se tornarem viciadas em seu uso. O
mesmo
ocorre com o relacionamento com elementais. Como disse Elifas Levi, “o amor do
mago por tais entidades é insensato, e pode destruí-lo”. Magistas que
estabelecem
“pactos” (isto é, formam laços magnéticos de natureza pessoa e íntima) com um
elemental, só tem duas alternativas a partir desse momento: ou assimilar o
elemental à
sua estrutura anímica, ou perder a coesão das forças elementais em seu próprio
ser,
sendo pouco a pouco absorvidos na tônica vibratória do intruso. Em tais casos o
elemental age de forma análoga à de um vampiro, mas não deve ser
responsabilizado
pelo processo, que é puramente automático. O elemental pode não ter qualquer
intenção
de destruir o ser humano, ao qual provavelmente até ama, na medida de sua
capacidade
de experimentar tal emoção; mas, pela natureza mesma do seu ser, ele terá um
efeito
desequilibrante sobre a constituição de um ser humano que a ele se abandone.
Existe uma enorme quantidade de
elementais encarnados em forma humana;isto é devido ao fato de que raramente um
casal mantém relações sexuais com o desejo
consciente de engendrar um ser humano. As uniões puramente sensuais
freqüentemente
atraem apenas elementais à encarnação, pois seres humanos desenvolvidos necessitam
de certas gamas vibratórias de ordem mais elevada para adquirirem forma. (9)
Tais pseudo-humanos formam a legião dos “bípedes implumes” de
Diógenes. Não deve ser pensado que basta ter forma humana para sermos humanos.
Os
iniciados definem como seres humanos apenas aquelas criaturas suficientemente
desenvolvidas para funcionarem como microcosmos, isto é, como estrelas (ou
Pentagramas) encarnadas. Nos termos desta definição, qualquer “ser humano”
abaixo do
Grau de Adeptus Minor da A.’.A.’. (ou o seu equivalente em outro sistema) é
humano,
quando muito, apenas em potencial.
A principal diferença entre um
elemental e um humano de baixo grau evolutivo é apenas que o humano contém em
si uma capacidade de funcionar em outras gamas vibratórias além daquele sub-plano
do Astral de que o elemental deriva sua forma e sua substância.
Por mais controle que um ser
humano possa adquirir de um determinado
elemento, qualquer elemental daquele elemento sempre terá mais capacidade para
agir
naquele elemento, e mais conhecimento daquele elemento, do que o ser humano.
Poderíamos dizer, por analogia, que o ser humano está para o elemental assim
como um
mergulhador profissional está para um peixe. Isto não obsta a que o
mergulhador, em
que pese à sua incapacidade inerente de se mover no oceano como a mesma
comodidade que o peixe, seja uma forma viva superior ao peixe, de acordo com a
definição de Charles Darwin (e a nossa) da superioridade de uma forma viva
sobre
outra.
Certos autores classificam os
elementais como mais adiantados ou mais
atrasados na escala evolutiva em termos do elemento ao qual eles pertencem:
dizem que os gnomos são os mais atrasados, porque pertencem ao Elemento Terra,
que é tão
denso; e as salamandras são os mais adiantados, porque pertencem ao Elemento Fogo,
que é tão “sutil”. Isto é perfeita tolice: os elementais são mais ou menos
adiantados em
si, da mesma forma que seres humanos. Há gnomos sovinas, grosseiros, brutais,
que são atraídos à vizinhança de seres humanos que exibem os vícios
correspondentes em sua própria aura.
Por outro lado, há gnomos
pacientes, prudentes, profundos e sábios, que
gravitam para a vizinhança de geólogos , paleontólogos, pensadores e pessoas
que
exibam as qualidades morais correspondentes às desses gnomos. Há salamandras
irrequietas, sequiosas por uma sucessão de emoções e paixões intensas e
efêmeras, que
procuram afinidade com homens e mulheres superficiais, coléricos, impacientes,
agitados; e há salamandras que anseiam por sentimentos e volições refinados, as
quais
naturalmente tendem a simpatizar com homens e mulheres de caráter nobre,
sentimentos elevados, e aspirações puras.
Neste assunto, mais que em
qualquer outro, dize-me com quem andas, e te
direi quem és. Os elementais sentem instintivamente que são criaturas incompletas;
e
mesmo os mais grosseiros sempre aspiram a fazer parte de um microcosmo.
Para eles, é natural gravitar
para a atmosfera energética de seres que tenham a capacidade de funcionar como
microcosmos. As pessoas que irradiam energia nos planos sutis tenderão a atrair
a atenção e a colaboração espontânea de elementais; e o tipo de
elementais que atrairão dependerá sempre do grau de desenvolvimento anímico da
pessoa, e não do elemento a que o elemental pertença. Quanto mais adiantado o
ser
humano, maior será a delicadeza, a sensibilidade, a beleza plástica e anímica,
e a
profundidade do desejo por harmonia e saber dos elementais que buscarão entrar
em
contato com esse ser humano.
Seria errôneo da parte de
Aspirantes, dar preferência sempre a elementais
mais adiantados sobre os mais atrasados, entre aqueles que se oferecem para
servi-los:
para os trabalhos mais pesados, os elementais mais grosseiros estarão mais
capacitados.
Você não pede a um pianista de concerto que trabalhe na enxada, nem coloca um
brutamontes pouco inteligente como embaixador. (10)
Existem certos rituais mágicos,
chamados Rituais dos Elementos, que são
utilizados por ocultistas para estabelecer contato com as forças elementais.
Estes Rituais
não são “melhores” ou “piores” que, por exemplo, os rituais do candomblé. O
tipo de
entidade que atende ao chamado dependerá sempre do grau de evolução da pessoa
que
está chamando. A vantagem de um ritual mágico sobre outros é que os Nomes e
Sinais
usados selecionam automaticamente o grau de desenvolvimento das entidades
invocadas: elementais maliciosos ou perversos não ousarão se apresentar. Por
outro
lado, gente pouco desenvolvida espiritualmente que utilizar esses rituais
provavelmente
não obterá resultado algum, pois as forças invocadas, reconhecendo a aura de um
profano, desdenharão de se aproximar. Para nos impormos a seres desenvolvidos é
necessário provar que somos pelo menos tão desenvolvido quanto eles. Só os
brutos se
deixam impressionar moralmente pela força bruta.
Certos autores fazem questão de
desaconselhar um contato sexual íntimo
com elementais encarnados em forma humana: eles afirmam que o elemental é
incapaz
de proceder com “moralidade”. Dizem que o elemental não tem “consciência”, é
incapaz de amor e dedicação, e exibe malícia à mínima oportunidade.
Tais afirmativas são muito
relativas. O elemental é uma criatura altamente
ética, se definirmos ética como consistência entre nossas palavras, nossos
pensamentos,
e nossos atos; mas a ética de um elemental não é a ética humana. Quando um
elemental
se encarna em forma humana, ele precisa tentar controlar quatro formas de
energia
simultaneamente. Ele fica na situação de um cavaleiro montado simultaneamente
em
quatro cavalos, cada um dos quais tenta galopar uma direção diversa. O ser
humano não
tem preferência por nenhuma das quatro, e portanto, instintivamente busca
equilibra-las
em volta do Centro, (11) enquanto o elemental, devido à sua própria natureza,
prefere
uma direção particular. Conseqüentemente, nunca conseguirá equilibrar seus
quatro
cavalos em torno de um centro estável.
Não é justo, portanto, condenar
um elemental encarnado por conduta
“indecorosa”, “inética”, ou “imoral”. Um elemental tentando funcionar em forma
humana está numa posição de tão grande desvantagem que merece nossa paciência,
e
até nossa simpatia.
Suponhamos, por exemplo, um caso
muito comum: o casamento de um ser
humano com um elemental encarnado em forma humana. Não é verdade dizer que o
elemental não nos amará; mas é inútil esperar que ele nos seja “fiel” no senso
romanoalexandrino da falsa pudicícia. O elemental é naturalmente atraído por
todas as
experiências intensas: a força mais importante para ele é sempre a que lhe está
mais
próxima. Um marido elemental virá dos braços da amante para os da esposa, e
demonstrará tanto mais afeição por esta quanto mais tiver sido estimulado pelo
seu
contrato com a amante. Ele ficará extremamente perplexo, se a esposa o acusar
de
falsidade e desamor. Ele ama a esposa; a prova é que ele está com ela! Ele
esteve com
outra? Mas o que importa é que ele está com a esposa agora. Cada momento foi
feito
para ser vivido com toda a intensidade possível. A vida é tão curta!
Este ponto de vista é bastante
semelhante ao de uma criança, e é assim que
devemos encarar o elemental encarnado: como uma criança. Aliás, não existe uma
certa
poesia, uma certa beleza, e até mesmo uma lição de sabedoria, nesta atitude de
agarrar a vida com mãos ambas enquanto ela dura? Seres humanos que assumem esta
atitude têm a imensa vantagem sobre o elemental de poderem assumi-la nas quatro
direções de
força, em vez de só em uma; e podem adquirir muita experiência, e absorver
muita
vivência, no curto espaço de uma encarnação apenas.
4. Anjos e demônios. Pode parecer estranho aos profanos que
classifiquemos juntos estes dois tipos de entidade; mas acontece que tanto
anjos quanto demônios pertencem à mesma espécie astral, e as diferenças entre
eles são ao mesmo tempo muito mais simples e complexas do que imagina a
teologia cristã. É errôneo, e até perigoso, encarar os anjos automaticamente
como “bons” e os demônios automaticamente como “maus”. A melhor descrição das
características gerais de anjos e
demônios e das diferenças entre eles está num poema em prosa de um grande
místico,
poeta e pintor inglês do Século XIX, William Blake, chamado “O Casamento do Céu
e
o Inferno”.(12)
Em geral, pode-se dizer que os
anjos são convencionais, formalistas. Para
um anjo, a letra da lei – qualquer que seja a lei – é sagrada. Já os demônios
são
criativos, críticos e pragmáticos. Os demônios estão sempre dispostos a
interpretar a lei
– qualquer que seja a lei – de acordo com a conveniência de cada particular
ocasião.
Anjos não têm inteligência original: eles são dogmáticos, e escrupulosamente
fiéis aos princípios adotados. Um anjo que aceitasse o dogma romano-alexandrino
(por exemplo) levaria a sua aceitação até a última conseqüência: aprovaria a
Inquisição Romana, e encararia a tortura e imolação de seres humanos em praça
pública como um ato necessário para satisfazer o enunciado do dogma. Demônios
são rebeldes e individualistas. Um demônio poderia aceitar a Inquisição Romana,
e até colaborar com ela; mas faria isto apenas para se divertir.
Muitos dos demônios têm prazer em
destruir a estrutura física da existência humana,
que eles consideram um distúrbio da ecologia terrestre; ou simplesmente gostam
de ver
um ser humano sofrer. Os anjos não gostam de causar sofrimento; mas não se
perturbam em causa-lo, se assim fazendo puderem comprovar seus dogmas e
crenças.
À medida que tanto anjos quanto demônios se desenvolverem e sobem na
escala evolutiva, eles tendem (como qualquer entidade dotada da semente da
inteligência) a absorver os pontos de vista de outras entidades, e a
compreende-los
melhor; eventualmente, até a harmoniza-los com os seus. Conseqüentemente, tanto
os
anjos quanto os demônios mais evoluídos estão dedicados ao progresso espiritual
da
espécie humana, e se formam em certas Falanges (ou “Bandas”, na nomenclatura do
candomblé) nos planos sutis a fim de cooperar com a Hierarquia humana na evolução
de
todas as espécies do sistema solar em termos das necessidades de nossa galáxia,
a Via
Láctea. Isto, é claro, sem detrimento das necessidades do Cosmos como um todo.
O Livro da
Lei, Líber AL vel Legis, publicado em O Equinócio dos Deuses,
chamado pelos demônios de “a bíblia do Inferno” (porque é a primeira Lei humana
que
os demônios consideram que podem aceitar juntamente com os anjos), é o primeiro
passo para uma formulação, no plano físico, das leis que regem o Sistema Solar
dentro
do Cosmos. Nada do mesmo tipo foi anteriormente dado à humanidade: todas as
leis
prévias foram apenas uma preparação para o Livro da Lei, o qual será,
naturalmente,
seguido eventualmente por outras formulações ainda mais amplas e mais cogentes.
Num certo senso, e muito limitadamente (mas que talvez esclareça a alguns
leitores a diferença principal entre anjos e demônios no presente momento
evolutivo),
os anjos podem ser relacionados com o processo anabólico de agregação de força,
e os
demônios com o processo catabólico de dispersão de força. Mas devemos nos
lembrar
de que tanto anabolismo quanto catabolismo são aspectos do metabolismo, e que
todo
organismo sadio necessita manter um equilíbrio entre ambos para se conservar
saudável.
À medida que eles aumentam em compreensão e perspectiva, tanto os anjos
quanto os demônios percebem a necessidade dos pares de opostos, e a essencial
harmonia atrás do Princípio de Polaridade.
Vamos detalhar, a seguir, as
Hierarquias chamadas “angélicas” pela cabala
hebraica. Elas foram adotadas pelo cristianismo. Devemos lembrar aos leitores
que, ao
contrário do que pensam os cristãos, estas hierarquias incluem tanto entidades
dedicadas
à “construção” quanto à “destruição”; ou, na parlança vulgar dos teólogos,
tanto “anjos”
quanto “demônios”, e que a atividade dessas criaturas não deve ser
automaticamente
associada em nossas mentes quer ao conceito do “Bem”, quer ao conceito de
“Mal”.
1. As Flamas. As Flamas, que correspondem à primeira
esfera de consciência iniciática, ou Malkuth, são Elementais que atingiram
suficiente percepção para compreenderem que sua aspiração a se tornarem
Microcosmos pode ser melhor (isto é, mais facilmente) realizada através de uma
aliança com a espécie humana. São chamados de Flamas porque freqüentemente
assumem este aspecto na percepção de videntes. É a forma mais rarefeita de cada
elemento. (13)
2. Anjos (propriamente ditos). Estas entidades correspondem à Esfera de
Jesod, ou o Fundamento. Em sua maioria, são estágios mais avançados de
Elementais,
porque se uniram à estrutura anímica de algum Ser Espiritual do nível dos
Microcosmos; mas raramente se tornam microcosmos, eles mesmos, nesse estágio. A
aparência que assumem varia muito, dependendo dos preconceitos dos seres
humanos
que entram em contato com eles. (14)
3. Arcanjos, que correspondem à Esfera de Hod. Mesmo
os Arcanjos
raramente são Microcosmos em si mesmos; a maioria está aliada à estrutura
anímica de
algum hierofante do passado. Aqueles entre os Arcanjos que conquistam autonomia
anímica freqüentemente têm um nome tradicional, e um conjunto de tradições e
lendas,
relacionados com sua manifestação. Tal foi o caso do Gabriel que se manifestou
a
Maomé, o que não deve ser confundido com o Gabriel que normalmente aparece
quando o magista realiza certos rituais. A diferença entre os dois, entretanto,
só se torna
aparente a iniciados de um certo desenvolvimento. (15)
Na Qabalah hebraica os Arcanjos são chamados de Filhos de Deus (Beni
Elohim), ou “príncipes”. Isto porque Kether, a Coroa, é chamada de “Rei” e
representa
“Deus” – e os Filhos do Rei, naturalmente, são os príncipes...
4. Os Elohim, ou Deuses. Estas entidades são chamadas de
“Príncipes”
pelos teólogos cristãos (o que pode causar confusão com a classe anterior, que
tem o
mesmo nome em hebraico); também são chamadas de “Principalidades” ou
“Princípios”. Estão relacionadas com a Esfera de Netzach. Mesmo os Elohim
raramente
atingem a dignidade de Microcosmos, mas em sua esmagadora maioria são
absolutamente leias e serviçais à evolução da espécie humana.
5. Os Reis, ou “Melachim”, estão relacionados com a Esfera de
Tiphereth.
São conhecidos na teologia cristã por dois nomes diversos: “Virtudes” e
“Poderes”. As
“Virtudes” são de natureza “Angélica”, isto é, conservadoras; os “Poderes” são
de
natureza “demoníaca”, isto é, criadores ou ativos. Em sua maioria os Melachins
atingiram a dignidade de microcosmos. Eles se manifestam, em via de regra,
diretamente na estrutura anímica das pessoas com quem entram em contato; e
muito
raramente entram em contato com qualquer ser humano que não tenham atingido o
grau
iniciático (ou plano de consciência) que em nomenclatura telêmica é chamado de
Adeptado. A palavra “rei”, usada no Livro da Lei, refere-se ao tipo de entidade
que
atingiu o grau de evolução dessa Falange, e não aos ridículos “reis” criados
por diversas
religiões (principalmente a cristã!) a fim de manterem, por aliança ao poder
político e
econômico, controle sobre um determinado povo. (16)
6. A Falange relacionada com a Esfera de Geburah (que
corresponde ao
Grau de
Adepto Maior no sistema telêmico) são os Domínios, chamados na
cabala
hebraica de Serpentes de Fogo. (A analogia com Kundalini não é coincidência).
Estas
entidades também, em sua grande maioria, atingiram a dignidade de microcosmos,
e são
de natureza “demoníaca”, isto é, ativa ou inovadora.
7. A Falange seguinte são os Tronos, que
correspondem ao Grau de Adepto
Isento e à Esfera de Chesed, cujo símbolo é um rei sentado em seu trono.
(17) Estas
entidades são de natureza “Angélica”, isto é, conservadoras e receptivas.
8. A classe seguinte de entidades é na cabala
hebraica chamada de Esplendores, e atribuída a Binah; mas os Esplendores
são entidades da mesma espécie que os Tronos, porém agindo de forma
“demoníaca”, isto é, dinâmica; ou da mesma espécie que os Domínios, porém
agindo de forma “Angélica”, isto é, conservadora, nessas Sephiroth respectivas.
A confusão é, novamente, devida à pouca experiência prática da maioria, tanto
de cabalistas, quanto de teólogos. É pura tolice atribuir “esplendores” a
Binah, que sempre se manifesta sob a forma de Shivadarshana, isto é, Escuridão
ou Aniquilação, e é sentida por místicos menos desenvolvidos como uma
influência “opressora” e “maligna”.
9. Os Querubins, chamados de “Rodas Vivas” na cabala
hebraica, (18) são a
verdadeira Falange de Binah. Eles são descritos como criaturas de quatro
cabeças,
porque representam o equilíbrio completo no Akasha das Quatro Direções da Cruz;
e
são chamados de Rodas porque o seu equilíbrio é dinâmico: eles exercem as
Quatro
Forças em todas as direções. A tradição de que um Querubim guarda a entrada do
Paraíso refere-se a um segredo iniciático. Veja-se o Selo da Ordem de Télema,
que é o
Selo da Besta 666.
As imagens hieráticas das divindades hindus e tibetanas têm freqüentemente
uma multiplicidade de braços como raios de uma roda, e quatro cabeças, uma em
cada
direção do compasso. Novamente, não se trata de mera coincidência.
Os Querubins são normalmente atribuídos a Chokhmah, e não a Binah; mas
isto é confusão devida a que (naturalmente) a força deles emana daquela
Sephirah.
10. Os Serafins, ou Santas Criaturas Vivas, normalmente
atribuídos a Kether
na cabala hebraica, são na realidade a Falange de Chokhmah. Kether,
indiferenciado,
além de todos os pares de opostos, não é ainda suficientemente conhecido pela
espécie
humana para especularmos sobre a sua manifestação. A Entidade que lhe
corresponde é
sempre o Senhor (ou Senhora) do Aeon, a Divindade que ocupa, por uma estação,
ou
fase, do Movimento Universal, o “trono de Ra”. Neste Aeon, é Heru-ra-ha.
Veja-se
Líber AL, Capítulo I, v. 49; Capítulo III, v. 61, em O EQUINÓCIO DOS DEUSES.
Quanto menos falarmos sobre Ele, melhor, pois assim diremos menos tolices! Um
dos
muitos aspectos de Sua manifestação é abordado no Oitavo Poema de O
GUARDADOR DE REBANHOS, de Fernando Pessoa.
Antes de encerrarmos este
capítulo, seria prudente fazer uma observação
sobre o conceito de Microcosmo. Dissemos que certas entidades inumanas
atingiram o
mesmo grau de evolução da nossa espécie, e são microcosmos, da mesma forma que
nós; mas muitos anjos e demônios atingiram a estruturalização do Akasha sem que
possam ser considerados iguais dos seres humanos, pois (como já dissemos) a
influência
do Akasha é automática: ele coordena os Quatro Elementos porque este é o seu
poder.
Uma criatura dos mundos sutis pode, portanto, aparentar todos os sintomas de
individualidade sem ser um indivíduo, no senso em que um ser humano é um
indivíduo.
Sem uma infusão dos dois elementos acima do Akasha, isto é, Adhi e Anupadaka,
nenhuma entidade pode ser considerada como do nível de um ser humano. A
percepção
Ataque e Defesa Astral da genuína existência espiritual das entidades com as
quais entramos em contato faz parte das ordálias iniciáticas.
Outra ressalva deve ser feita: a
classificação que acabamos de fazer dessas
entidades “angélicas” e “demoníacas” se refere apenas ao mais baixo plano de
manifestação, chamado de Assiah pelos cabalistas hebraicos. À medida que
ampliamos
a nossa percepção, compreendemos que certas entidades (que considerávamos
adiantadíssimas) estão num estágio rudimentar de desenvolvimento; enquanto
outras
entidades (que considerávamos atrasadas) estavam expressando uma sabedoria e
uma
elevação além da nossa capacidade de percepção na época em que entramos em
contato
com elas pela primeira vez.
Assim, por exemplo, a tradição de
que cada país da terra está sob a tutela de
um “Arcanjo” não deve ser interpretada literalmente. Os místicos cristãos,
naturalmente
confusos por virtude da ineficiência do seu sistema de pesquisa, tendiam a
chamar de
“arcanjos” quaisquer entidades que eles percebessem ter autoridade sobre
“anjos”. No
caso do Brasil, Ishmael (‘ShMOAL em hebraico) tem a numeração 441, que soma 9,
o
número de Jesod, o Fundamento; mas é evidente que uma Entidade capacitada para
representar espiritualmente as energias que criam e mantêm um país deverá estar
num
plano de consciência bastante acima de um “anjo” normal. Pode ser que Ishmael
seja
um Arcanjo; mas se assim for, não se trata de um arcanjo de Assiah, no senso em
que o
Gabriel que se manifesta em certos rituais é um arcanjo.
Mas estas subdivisões e minúcias
são de valor puramente relativo. Como já
dissemos, quanto mais adiantada é uma entidade – qualquer entidade – mais ela
tende a
ver “Deus” (ou, se preferirdes, o Espírito) manifestando-se em todas as coisas
e em
todos os seres. Faz parte do Juramento do Mestre do Templo interpretar todo
fenômeno
como “um trato particular entre Deus e a sua alma”. Existe um velho ditado em
inglês
que podemos traduzir por: “A beleza está no olho de quem a vê”. Por isto, tudo
quanto
existe é santo e divino para os verdadeiros santos. (19)
Ataque e Defesa
Astral
Marcelo Ramos Motta
(1) Talvez não: faz alguns anos,
apareceu numa cidadezinha do norte um
homem anunciando que era Jesus Cristo, voltado à terra; quando a polícia
interveio, a
população estava prestes a crucifica-lo pelos pecados do mundo, calorosamente
encorajada por ele. Escrevemos uma peça para televisão baseada neste caso
autêntico,
a qual, é claro, não foi produzida até hoje!...
(2) Um hábito muito comum entre
tribos que praticavam o sacrifício
humano. Veja-se Carta a um Maçom. Os tibetanos, embora não praticassem
sacrifícios
humanos, também abandonavam os cadáveres aos processos ecológicos.
(3) Parece ironia, mas na
realidade é um efeito de carma racial, que os
judeus tenham sofrido às mãos dos nazistas exatamente o mesmo tipo de infâmias
que
impunham aos “gentios” na época em que estavam conquistando a Palestina a ferro
e
fogo.
(4) Toda aspiração religiosa é
inicialmente uma projeção das frustrações do
religionário numa forma em que seus desejos frustrados se realizam, ou em que
uma
consoladora explicação de seus fracassos é provida.
(5) A palavra “demônio”, aliás,
vem do grego daimonium, e significava
simplesmente aquilo que os cristãos mais tarde chamaram de Anjo da Guarda. Era
uma
entidade que inspirava os seres humanos, e tanto podiam ser “boa” quanto “má”.
(6) Veja-se Carta a um Maçom,
onde a origem e desenvolvimento do egrégora de “Jesus Cristo” é claramente
traçada.
(7) Isto é, no nível atual de
nosso conhecimento. É bem provável que haja gamas vibratórias ainda mais sutis
e profundas.
(8) É impossível, entretanto,
atribuir cada um dos cakkram a um Elemento
em particular com exclusividade, pois todos os Elementos estão presentes
simultaneamente nos cakkram físicos, associados e harmonizados (o grau de
harmonização depende do grua iniciático do ser humano individual) pela energia
do
Akasha. De uma forma muito geral, entretanto, podemos atribuir Manipura (o
Plexo
Solar) ao Fogo, Anahatta (o Plexo Cardíaco) ao Ar, Svadisthana (o Plano
Umbilical) à
Água e Muladhara (o Plexo Sacro) à Terra. O processo iniciático estimula a
manifestação dos sub-elementos complementares em cada um desses vórtices de
força:
a Serpente Kundalini é o símbolo desta transmutação e interação dos elementos.
O
assunto foge aos limites deste tratado.
(9) isto absolutamente não quer
dizer, como pretendem certos teólogos
imbecis, que o ato sexual só deva ser praticado para a procriação da espécie,
como é o
caso entre os animais; a refinação do gozo físico só ocorre em sociedades onde
o sexo
é considerado como um apetite sadio, e digno de ser praticado até como uma
forma de
oração.
(10) Isto é, a não ser que você
seja um marxista ou um “coronel” nordestino.
(11) Se as Quatro Forças “Cegas”
se manifestam em igual intensidade e em
direções diametralmente opostas, o Centro está em “Queda Livre”. É o “olho do
ciclone”, ou a “voz do silêncio”.
(12) A ser publicado nesta série,
com anotações de um Adepto. William Blake foi uma das encarnações de Aleister
Crowley.
(13) Cada Elemento místico está
subdividido em cinco sub-elementos. Por
exemplo, o Elemento Terra está subdividido em Terra de Terra, Ar de Terra, Água
de
Terra, Fogo de Terra e Espírito de Terra. O Elemento do Espírito é “negro”,
isto é,
absorve toda manifestação em si mesmo; a forma mais rarefeita em que a
substância
elemental pode se manifestar é como uma Flama, a qual varia de cor de acordo
com a
energia elemental básica. A confusão entre o Elemento Fogo e o Elemento
Espírito
decorre disso, e a letra Shin, a tríplice língua de fogo, em hebraico, acumula
as
correspondências mágicas de Fogo e Espírito. A fonte espiritual de todo
elemento mais
baixo que o Akasha é de natureza akásica – e invisível. Veja-se AL i 60 e AL ii
49-51
em O EQUINÓCIO DOS DEUSES. A verdadeira Luz dos iniciados é a escuridão dos
profanos.
(14) O desejo de se comunicar
pressupõe a adoção de um veículo, ou
símbolo inteligível, que facilite a comunicação. Um anjo, portanto, se
manifestará como
uma criatura refulgente e de asas brancas, ou como uma criatura de asas de
morcego,
chifres, e rabo de ponta, a uma pessoa que tenha os preconceitos próprios dos
cristãos;
mas assumirá formas inteiramente diversas ao se comunicar com seres humanos de
outras religiões. Também, em certos casos eles se manifestam diretamente `´a
consciência da pessoa com quem entram em contato, sem assumir qualquer forma
(Rupa), porque essa pessoa não tem idéias preconcebidas quanto à forma em que
eles
“devam” se manifestar.
(15) Quanto maior a nossa compreensão
espiritual, mais profunda a nossa
percepção, e mais ampla a nossa perspectiva. As entidades mais evoluídas vêem
“Deus” em todas as coisas, mesmo as que são coisas “feias” ou “malignas”.
(16) Tiphereth, a Consciência
Humana, é o Centro do Ruach, e as Entidades
Angélicas que correspondem a essa esfera de consciência são chamadas de Reis
porque
Tiphereth recebe um raio direto da Coroa, Kether, através da influência chamada
a
Grã-Sacerdotisa, a qual representa o Sagrado Anjo Guardião, ou Adonai (veja-se
os
diagramas em O EQUINÓCIO DOS DEUSES). Mas do ponto de vista das Supernas,
estes “Reis” não deveriam ser chamados de reis e sim de príncipes, está claro;
e assim
são denominados em certos sistemas de simbolismo. A confusão decorre de que
poucos
seres humanos até agora atingiram suficiente adiantamento para lidarem com
essas
entidades; mas a experiência prática evita enganos. O assunto, novamente, está
além
dos limites deste tratado.
(17) Chesed é o “Deus-Pai”
cristão: é a imagem simbólica desta Sephira
que os místicos cristãos obtinham em seus Dhyanas. Já Geburah representa em rei
combatendo: seu título em trechos do Velho Testamento é “Senhor dos Exércitos”.
(Os
diversos “nomes” ou “títulos” de “Deus” utilizados no Velhos Testamento estão
sempre relacionados com as Esferas de Consciência da cabala hebraica). Chesed,
também chamado de Gedulah, é a “Misericórdia Divina”. Tradicionalmente,
pedia-se
clemência ou favores a um rei quando este estava sentado na sala do trono,
concedendo
audiências. Geburah é a “Severidade” ou “Cólera” de “Deus”; e não se
considerava
prudente pedir favores ou clemência a um rei no fragor de uma batalha!... A
Visão do
“Amen”, no Apocalipse, é uma tentativa de unir os dois Dhyanas, Geburah e
Gedulah,
em um só símbolo.
(18) Veja-se Liber AL, o Livro da
Lei, Capítulo III, verso 55, em O
EQUINÓCIO DOS DEUSES: “Que Maria inviolada seja despedaçada sobre rodas:
por causa dela que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas
entre
vós”! “Maria inviolada” é uma egrégora criado pelo medo psíquico do Amor (o
qual
significa entregar-se a uma influência externa, não-egóica). Longe de
simbolizar, como
pretendem os cristãos, o “puro amor espiritual”), “Maria inviolada”simboliza
ódio e
rejeição. A “castidade” cristã, tal como é interpretada por teólogos católicos
romanos,
é uma trincheira contra o Universo: uma tentativa de manter o ego intacto,
“imaculado”, “intocado”. Esse egrégora tem que ser destruído, na mente do
verdadeiro místico, pela influência das Rodas, ou Querubins, antes que a
verdadeira
Visão de Binah possa ser obtida. Esta visão une aqueles dois arquétipos
aparentemente
“opostos” e “hostis”: a Virgem Imaculada e a Diana dos Efésios, a Grande Puta
Universal. Juntas elas se manifestam como a “Mulher vestida de Sol” do Apocalipse.
Este é um assunto de muito difícil compreensão, naturalmente, para místicos
treinados no catolicismo romano ou em certas seitas protestantes, budistas,
hindus, e
até maometanas. O amor, no senso místico, mágico e espiritual da palavra, é uma
virtude positiva: consiste na união, e não em rejeição de união, como a
consciência de
outros seres vivos. Para existirmos como Egos (coisa por enquanto absolutamente
necessária enquanto estamos encarnados) é necessário estarmos sempre cônscios
de
nós mesmos como entidades separadas. Mas para ampliarmos os nossos Egos, isto
é,
para evoluirmos, é necessário que incorporemos sempre novas experiências ao
nosso
armazém psíquico; e isto só é possível através do Amor. A Grande Puta
representa
aquela parte da alma iniciada que está aberta à influência de Todo; mas para
que a
consciência individual possa ser mantida, o Ahamkhara tem que continuar ativo:
isto é
a “Virgem”. Como em todo processo vivo, a Puta e a Virgem devem se alternar na
consciência humana comum, e devem ser unidas em um só símbolo na consciência
iniciada.
A Puta de Babilônia, embriagada com o sangue dos santos, cavalgando a
Besta 666 (seiscentos e sessenta e seis é o número cabalístico da Inteligência
do Sol, ou
Ataque e Defesa Astral Binah de Tiphereth), é a mesma Virgem Inviolada: é a
Diana dos Efésios e a Ártemis que se entregou apenas a Pã, isto é, ao Todo, e
por isto continuou virgem; a Taça que ela leva nas mãos é o Santo Graal.
(19) Sem confundirmos os planos,
claro. O valor espiritual da dor de dentes
ou a santidade intrínseca do arsênico não significa que não devamos consultar
um
dentista no caso de uma, ou evitar uma ingestão altamente concentrada no caso
do
outro!...